Francisco Rodrigues dos Santos exige que Francisca Van Dunem deve “apresentar imediatamente a sua demissão” de forma a “proteger o bom nome de Portugal e preservar a dignidade da Justiça”. Os argumentos do líder do CDS-PP constam de uma nota enviada às redações e referem-se à falsificação do currículo de José Guerra, escolhido para procurador europeu, em vez de Ana Carla Almeida, a procuradora que tinha sido escolhida por um comité internacional.
“Esta nota desmente a ministra da Justiça, que garantiu à RTP que desconhecia o teor da carta enviada e culpou os serviços, que por sua vez vêm agora informar que se limitaram a cumprir ordens”, diz Francisco Rodrigues dos Santos, depois de o Diretor-geral da Direção-Geral da Política de Justiça, Miguel Romão, se ter demitido esta segunda-feira.
Recorde-se que Francisca Van Dunem apontou, numa carta enviada ao conselho da União Europeia, que os responsáveis por informações falsas sobre o curriculum de José Guerra foram os serviços da Direção-Geral.
“Só neste Governo Socialista é que responsabilidade política nunca é do ministro, é sempre dos subalternos. Já foi assim no assalto aos paióis em Tancos, nos incêndios, na morte do cidadão ucraniano à guarda do SEF”, prossegue o presidente do CDS, que aponta ainda que a pasta da Justiça deve “combater a fraude e a corrupção” e não “estar sob suspeita de favorecer os amigos de quem governa, de prestar informações falsas para favorecer um magistrado em detrimento de uma colega, alegadamente incómoda, considerada mais qualificada por um júri internacional para um cargo europeu.”