Os números ajudam a compreender como a perceção do risco se alterou. Quando o país discutiu (e viveu) a final da Champions em Lisboa, a incidência de novos casos era 17 vezes menor do que a que se registava na véspera de Natal, em que os ajuntamentos não vieram de fora: foram nas compras, com amigos e em família.
Gráfico 1 – Depois do pico em novembro, a tendência volta a ser de subida. Com os casos de ontem, Portugal voltou aos 727,7 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias. A região Norte tinha 770, Centro 823, Lisboa 717, Alentejo 791 e Algarve 582 – números inéditos a sul.
Gráfico 2 – Este gráfico publicado esta sexta-feira pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças mostra a redução de primeiros testes por 100 mil habitantes que se verificou em Portugal nas últimas semanas – a última é a semana 53, que terminou dia 3.
Gráfico 3 – Uma ‘parede’ de casos mostra o recorde de diagnósticos dos últimos dias na curva da covid-19. Em quatro dias foram reportados mais casos que nos meses de maio, junho, julho e agosto juntos.
Gráfico 4 – Na 2.ª vaga da epidemia, o país testou mais e aumentou os diagnósticos. Mas os internamentos, também superiores, mostram que a incidência foi mesmo maior. Caminha-se para novos recordes.
Gráfico 5 – No início, os idosos representaram um 1/4 dos casos. O peso baixou mas os casos dispararam. E as mortes também.
Gráfico 6 – Na primeira grande pandemia da sua história, o SNS fez mais. Mas também fez menos.
Gráfico 7 – Dezembro foi o mês com mais mortes associadas à covid-19. Em 2020 morreram em Portugal 123 mil pessoas, mais 12 541 do que a média entre 2015 e 2019. Foram 6972 mortes associadas à covid, metade do excesso de mortalidade que ainda não tem as causas identificadas.