Novo Banco. Venda da operação em Espanha está por dias

Em cima da mesa estão as propostas dos espanhóis Abanca e dos chineses do Haitong. Negócio tem vindo a registar perdas.

A venda da operação em Espanha por parte do Novo Banco está por dias. Em cima da mesa estão duas propostas: dos espanhóis Abanca e dos chineses do Haitong. O negócio tem vindo a registar perdas desde 2014 e está à venda desde o verão passado, estando a ser assessorado pelo banco alemão Deutsche Bank.

De acordo com o jornal El Confidencial, o grupo Haitong – que comprou em Portugal o Banco Espírito Santo Investimento (BESI), em 2015, por 379 milhões de euros e que também esteve interessado na compra do EuroBic – terá avançado com a melhor proposta. No entanto, poderão surgir dificuldades em obter as autorizações regulatórias para concretizar o negócio, algo que não aconteceria com o Abanca.

O El Español já salientou que se a unidade em Espanha for vendida por uma quantia reduzida, o Novo Banco terá de registar menos-valias no seu balanço, o que pode aumentar os prejuízos e o valor a pedir ao Estado português.

De acordo com os últimos dados, a operação em Espanha contava com 1,6 mil milhões de euros em créditos e 1,9 mil milhões em depósitos, trabalhando com 24,7 mil clientes através de uma rede com dez balcões e 180 empregados.

Já em dezembro, a gestora de ativos espanhola do Novo Banco, a Novo Activos Financieros España (NAFE), foi vendida à Trea Asset Management por perto de 13 milhões de euros.

 

Fusões são o futuro do setor

O próprio Banco Central Europeu (BCE) tem vindo a apoiar a tendência de fusões no sistema financeiro, já que sempre defendeu a ideia de que é necessário que o setor bancário diminua através de operações de fusão e aquisição, que acabam por criar mais benefícios para o sistema financeiro do que propriamente para o cliente.

O caso mais recente é vivido em Espanha com o anúncio de compra do Bankoa por parte do Abanca, consolidando este assim a posição no país basco. Com esta operação, o banco galego vai aumentar o seu volume de negócios em 4374 milhões de euros (1788 milhões de euros em crédito a clientes, 1575 milhões de euros em depósitos e 1011 milhões de euros em fundos fora do balanço) para 93 mil milhões de euros. O Abanca vai consolidar assim a sua posição como a sexta entidade espanhola por ativos, com mais de 65 mil milhões de euros.

Esta é a quinta transação realizada pelo Abanca desde a sua criação, em 2014. A primeira foi a integração do Banco Etcheverría nesse mesmo ano; em 2017 foi realizada a compra da Popular Servicios Financieros; em 2018, o Abanca adquiriu o Deutsche Bank PCB; e, também em 2018, comprou à Caixa Geral de Depósitos o seu banco em Espanha, o Banco Caixa Geral.