Há 50 anos que os nuestros hermanos não eram atingidos por um nevão tão forte. Não bastava a Espanha estar a enfrentar um período crítico no contexto pandémico, com um grande aumento dos casos de covid-19. Agora tem de se haver com o impacto deste fenómeno climático extremo que, só em Madrid, causou um prejuízo de cerca 1.400 milhões de euros em danos à atividade económica e em danos materiais.
A capital espanhola viu-se obrigada a solicitar, esta quinta-feira, ao governo central espanhol para declarar a cidade como zona de catástrofe. O presidente da Câmara municipal da Madrid, José Luis Martínez-Almeida, explicou, em conferência de imprensa, que se cumprem «tanto os requisitos legais como os acontecimentos de facto» para declarar a capital como zona de catástrofe, e pediu ao Governo «para responder o mais rapidamente possível» e assim permitir «aliviar a situação».
Neve atrasa vacina
Numa altura em que os níveis de contágio continuam a aumentar – na quarta-feira, foram registados 38.869 novos casos de infeção, um máximo desde o início da pandemia –, a luta contra a covid-19 é dificultada pela passagem da tempestade Filomena. Além de provocar a morte de pelo menos quatro pessoas, a tempestade obstruiu estradas e acessos a hospitais que enfrentam a pandemia nas linhas da frente.
O ministro dos Transportes, Jose Luis Abalos, anunciou que 1300 limpa-neves foram enviados para limpar as ruas, de forma a possibilitar a entrega da vacina contra a covid19, assim como outros mantimentos essenciais, como comida ou água, aos hospitais e a todos aqueles que estão em necessidade.
Novas medidas
Diversas regiões autónomas, como Galiza, Cantábria, La Rioja e Navarra, viram-se obrigadas a apertar as medidas de proteção contra a infeção. O líder regional galego, Alberto Nunez Feijoo, decidiu banir todas as viagens não essenciais nas sete maiores cidades desta região. Bares e restaurantes devem fechar às 16h e foi decretado um recolher obrigatório às 22h.
Em Navarra, que se encontra em alerta máximo, existe um recolher obrigatório entre as 23h e as 6h, os estabelecimentos de hotelaria vão ser obrigados a encerrar às 21h e a sua capacidade vai ser mantida nos 30%, fasquia que também terá de ser respeitada pelas grandes superfícies comerciais.
Já La Rioja, a quinta região com níveis mais elevados de infeção, ordenou o encerramento de negócios não essenciais às 17h e limitou os ajuntamentos a quatro pessoas, enquanto na Cantábria foi decretado que os centros comerciais devem permanecer encerrados aos fins de semana.