A plataforma nacional de vigilância de mortalidade do Ministério da Saúde registava ontem ao final do dia 721 mortes na quarta-feira, 20 de janeiro, dia em que foi também superado o máximo de óbitos associados à covid-19 em 24 horas, com 221 vítimas mortais. São números que vão sendo consolidados ao longo do dia, à medida que são registados certificados de óbito.
No ano passado, no dia 20 de janeiro, morreram 345 pessoas. Nos piores dias de inverno nas últimas décadas morreram perto de 500 portugueses. Desde 1980, os dados disponibilizados ao Nascer do SOL pelo Instituto Nacional de Estatística, tinha havido apenas 12 dias com mais de 500 mortes e dois com mais de 600 óbitos, números que incluem as mortes por todas as causas, seja doença (causa natural), acidentes ou crimes.
Este mês, sem gripe, com uma vaga de frio intenso e uma epidemia galopante, e cada vez mais idosos infetados, já superou todos esses registos. Desde dia 5 morrem diariamente mais de 500 pessoas e no dia 10 foram ultrapassados pela primeira vez as 600 mortes.
São agora 11 dias com mais de 600 mortes e mais de 4 mil mortes acima do que seria esperado nesta altura face ao histórico dos últimos anos. As previsões são muito duras. Os investigadores estimam que o número de óbitos por covid-19 continuará a aumentar e poderão chegar aos 10 mil só nos primeiros meses do ano. Ao fecho desta edição, os números agravam-se: a algumas horas do final do dia, já tinham morrido esta quinta-feira 600 pessoas.