As medidas de restrição associadas à pandemia de covid-19 fecharam temporariamente as portas de muitas empresas, que precisaram de adaptar o método de negócio para conseguirem sobreviver. E se, já no ano passado, o e-commerce foi a salvação de muitas, este ano – que começa com um novo confinamento – não será diferente.
Segundo o Insania, “o ano de 2021 vai ser o ano de consolidação do e-commerce em Portugal e de solução para a viabilidade de muitas empresas nacionais que deram já (e outras darão) os primeiros passos no digital em face da pandemia”. Nesse sentido, o website de comércio eletrónico antevê que este ano “será também o ano da afirmação do novo e súbito padrão de consumo registado pelos consumidores no primeiro confinamento geral, em 2020”.
Amelie Teixeira, CEO do Insania, não tem dúvidas: “O ano será difícil nos mais variados setores e, por isso, o e-commerce afirmar-se-á como a salvação de muitos negócios”.
O website acredita que quem ainda não tem e-commerce vai acabar por ter e, no caso das plataformas digitais já existentes, elas terão de ser melhoradas, “por exemplo, ter um bom website, user-friendly, com informação completa e organizada”. O Insania sugere ainda que “o processo de check-out deverá ser simples e com vários meios de pagamento disponíveis. Ter portes grátis ou com valores competitivos e boas políticas de trocas e devoluções serão também critérios distintivos em relação à concorrência”.
O facto de as pessoas começarem a preferir fazer as suas compras a partir de casa – ou por as lojas estarem fechadas ou por as próprias pessoas evitarem sair – fará com que os sites contem com mais tráfego e, por isso, deverão estar mais bem preparados.
“É esperado que as empresas de e-commerce apostem em estratégias inovadoras, através da utilização diferenciada da inteligência artificial e de big data para prever o comportamento dos utilizadores, com base nos hábitos de consumo e nas informações disponibilizadas”, diz ainda Amelie Teixeira.
Como sobreviver? Também João Costa, country manager da Expense Reduction Analysts, diz ao i que, com a pandemia e o confinamento, “muitas empresas viraram-se para o e-commerce e para as entregas”. Para o responsável, “isto pressupõe a utilização de um componente fundamental: o cartão. Contudo, dado o aumento da procura e a escassez da matéria, o preço aumentou significativamente. Por este motivo, atualmente, a questão que se coloca é o que podemos fazer para negociar ou manter os custos”.
No entanto, João Costa deixa algumas sugestões para as empresas, principalmente para as que não podem sobreviver através do e-commerce. “O que aconselhamos às empresas, para que consigam contornar estas quebras, é controlar ou reduzir custos, rever e questionar a sua estratégia e metodologia, e aumentar a transparência e o envolvimento das pessoas”. Mas não só: João Costa defende ainda que as empresas devem tornar-se “mais lean, através da procura por novos modelos de negócio, por novos clientes e novos canais de venda, da negociação com a banca, da diversificação e renegociação com fornecedores nos casos em que há dificuldades de abastecimento ou encarecimento das matérias-primas, e procurando aproveitar os apoios públicos disponíveis”.