O CDS ficará esta semana com um conselho nacional agendado para definir se há, ou não, um congresso extraordinário eletivo, pedido por Adolfo Mesquita Nunes (e vários dirigentes e ex-dirigentes). O antigo vice-presidente de Assunção Cristas vai a jogo, porque é agora ou nunca, que o CDS terá espaço para recuperar. Mas esta semana, além da intenção do também ex-secretário do Estado do Turismo, o partido soube que o primeiro vice-presidente centrista, Filipe Lobo d´Ávila, apresentou a sua demissão da equipa. Assumiu que não conseguia mais, que o CDS já não riscava nada e que fez tudo o que podia.
No rescaldo de uma das semanas mais difíceis para o CDS, o dirigente demissionário sentiu ainda necessidade de escrever um longo comentário no Facebook, depois de ter sido alvo de críticas por colocar em causa o processo autárquico. Ora, Lobo d´Ávila confirmou que decidiu sair na noite eleitoral das presidenciais, não se reviu no discurso do líder, Francisco Rodrigues dos Santos, mas falou com ele e garantiu-lhe que não apoiará ninguém. Nem quererá cargos executivos no CDS nos próximos tempos.
Mais, aconselhou Rodrigues dos Santos a sair com ele também, e deixou um alerta e um desabafo: “Aconselhei o Francisco, saindo ou ficando, a denunciar tudo o que é a situação financeira do CDS, com dados concretos e objetivos, sobretudo num momento em que o CDS luta novamente pela sobrevivência política (por culpa de atores externos, mas também por culpa própria)”. Face à situação, Lobo d´Ávila alerta quem o critica que é bom ter noção “da real situação e dimensão” e dos recursos que existem para as autárquicas e a gestão diária do partido, uma herança pesada da anterior direção. E “sem conversa fiada”, pediu.