77% dos portugueses querem ser vacinados contra a covid-19

Apenas 9% dos portugueses não querem ser vacinados e 14% ainda estão indecisos, diz um inquérito. 

Um inquérito internacional realizado em Portugal, Espanha, Itália e Bélgica, revelou que 77% dos portugueses estão dispostos a tomar a vacina contra a covid-19, mas apenas 36% considera estar "bem ou muito bem informado" sobre a mesma.

Metade dos inquiridos afirmaram querer ser vacinados assim que possível e pouco mais de um quarto (27%) diz querer receber a vacina mais tarde. Apenas 9% dos portugueses não querem ser vacinados e 14% ainda estão indecisos. 

As razões apontadas para não para receberem a vacina são o receio dos efeitos secundários (67%), falta de confiança no processo de fabrico (45%) e falta de confiança na sua eficácia (37%). Mais de metade (54%) pensa que existem "interesses políticos e económicos por detrás das vacinas anti-covid".

Três quartos dos inquiridos "defendem que a vacina é fundamental, mesmo junto dos jovens e da população saudável, pois permite reduzir o risco de contágio de toda a população", lê-se no estudo, sendo que metade "considera mesmo que a vacina deveria ser obrigatória". Mas apenas 36% diz estar "bem ou muito bem informado" sobre a vacina, a mesma percentagem diz estar "algo informado". Os restantes 28% estão "nada ou pouco" informados.

Quase metade (46%) acredita que a vacina vai ser eficaz para reduzir a taxa de mortalidade, enquanto 41% afirma que vai reduzir a gravidade dos sintomas e 37% acredita que vai evitar o risco de contágio. Apenas 29% acredita que as vacinas podem proteger contra novas variantes do coronavírus.

Mais de metade das respostas em Portugal (55%) concorda com a ideia de que o Governo está a organizar a distribuição eficientemente das vacinas e metade considera que os meios mobilizados para a vacinação em Portugal são adequados. A maioria (72%) concorda com os grupos prioritários estabelecidos no plano de vacinação nacional, mas apenas 43% considera que a informação sobre o plano de vacinação é clara e completa. Só 38% dos inquiridos acha que o Governo foi transparente no processo de compra das vacinas, e 34% considera o mesmo em relação à indústria farmacêutica.

Metade dos inquiridos considera que o processo de desenvolvimento da vacina foi demasiado rápido para acreditar na sua eficácia e 68% acha que a indústria farmcêutica deve ser legalmente responsabilizada por problemas que surjam, sendo que 55% considera que esta não deve lucrar com a vacinação. No entanto, 63% afirma que se a vacina não fosse segura não teria sido aprovada pela Agência Europeia do Medicamento.

A grande maioria (85%) prevê que a recuperação financeira de Portugal não acontecerá antes de 2022 e 79% afirma que a vacinação não irá acabar com o uso generalizado de máscaras antes do mesmo ano. No entanto, 72% considera que a vacina vai contribuir para a retoma da normalidade na vida social e familiar e 75% acredita que ajudará a levantar a pressão nos hospitais.

Sobre o impacto da pandemia nas suas vidas, 37% dos inquiridos responderam que tiveram um familiar ou amigo infetado pelo novo coronavírus e 31% admitem que afetou o seu estado mental, enquanto 26% referiram que a sua situação financeira "piorou muito". Apenas 11% afirmou que teve um amigo ou familiar que testou positivo e teve sintomas graves e 6% disse ter um amigo ou familiar que morreu da doença.

Em Portugal, a investigação foi conduzida pela DECO Proteste – que enviou entre 15 e 21 de janeiro um questionário online para pessoas entre os 18 e os 74 anos, tendo obtido 1.001 respostas. No total, juntamente com os outros países, o estudo contou com 4.015 participações.