As causas da morte de Kobe Bryant foram esta terça-feira reveladas, mais de um ano após a morte do basquetebolista norte-americano. Segundo o Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB) dos Estados Unidos da América, o piloto do helicóptero, Ara Zobayan, cometeu uma "aparente violação dos padrões federais" no trajeto ao voar entre nuvens.
“A velocidade excessiva a entrar na nuvem, a rápida descida e a curva à esquerda foram inconsistentes com o treino do piloto”, explicou o coordenador da investigação, numa reunião aberta ao público.
O relatório da NTSB aponta que o piloto "desorientado" perdeu o controlo da aeronave. Na altura, Ara Zobayan – também morto no acidente – terá dito aos controladores aéreos, numa comunicação imediamente antes da queda, que o helicóptero estava a subir para fora de uma zona nublada, mas, segundo o relatório, o trajeto era afinal descendente, o que fez com que a aeronave colidisse com uma colina em Calabasas, em Los Angeles.
"Cerca de dois segundos depois de entrar na nuvem, o piloto notificou o controlo aéreo de que estava a ganhar altitude para ficar acima da camada de nuvens mas iniciou uma rápida descida de cerca de 457 metros por minuto enquanto virava ligeiramente à esquerda, permanecendo tombado para a esquerda durante o que restou do voo. Durante a subida e consequente descida, o piloto comunicou com o controlo aéreo em vários momentos mas não declarou uma emergência”, continuou o coordenador.
No entanto, a NTSB sublinha que isso não significa que o piloto terá sido negligente, uma vez que os pilotos, quando "existe uma escassez de referências visuais exteriores" podem sofrer de uma "falsa orientação". "O ouvido interno sente o equilíbrio e a orientação. Quando estamos a pilotar uma aeronave e existe uma escassez de referências visuais exteriores, o ouvido interno pode dar-nos uma falsa sensação de orientação porque não consegue distinguir entre acelerações e inclinações. Se um piloto não consegue ter referências visuais exteriores, tem de assumir o controlo manual. Sem referências visuais exteriores, torna-se mais suscetível a ilusões provocadas pelo ouvido”, explicou.
Kobe Bryant e a sua filha mais velha, Gigi, de 13 anos, morreram a 26 de janeiro de 2020 quando seguiam para um torneio feminino de basquetebol na Califórnia. Além de Kobe, Gigi e de Ara Zobayan, morreram ainda outras seis pessoas.