Assunção Cristas recorreu às redes sociais, esta quarta-feira, para esclarecer que não será candidata à Câmara Municipal de Lisboa. A ex-líder do CDS considera que "não estão reunidas as condições de confiança necessárias para ponderar uma candidatura" e deixou algumas críticas à atual direção do partido.
“Passadas as eleições presidenciais, numa fase menos dramática da pandemia e volvido o Conselho Nacional do CDS-PP, que entretanto se interpôs este fim de semana, sinto que chegou a altura de dar nota pública de que não serei candidata a Presidente da Câmara de Lisboa”, começou por anunciar, numa publicação partilhada no Facebook.
Entre as críticas à atual direção do partido, Cristas disse ainda que a "discordância da estratégia do CDS na negociação de uma coligação alargada" com o PSD, é uma das várias razões que pesaram na sua decisão.
“Faço-o em consciência por entender que apesar do apoio das estruturas locais do partido, não estão reunidas as condições de confiança necessárias para ponderar uma candidatura. Três razões essenciais pesaram na minha reflexão: a discordância da estratégia do CDS na negociação de uma coligação alargada com o Partido Social Democrata; o discurso contraditório da direção do CDS, que me considera simultaneamente responsável pela degradação do partido no último ano e uma boa candidata a Lisboa, somado ao parco interesse em falar comigo, num tempo e numa forma que fica aquém do que a cortesia institucional estima como apropriado; e os desafios profissionais que tenho pela frente”, justifica.
De realçar que Assunção Cristas tinha vindo a ser apontada como uma possível cabeça de lista à Câmara de Lisboa e o presidente do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, chegou a considerar que a mesma seria,"sem dúvida, um nome forte" na disputa.
“Estou convencida de que o espaço político do centro e da direita pode conquistar a Câmara Municipal de Lisboa, assim se una em torno de um projeto ambicioso para os lisboetas. Para tal, na minha opinião, são necessários um bom programa e uma grande coligação, que junte CDS, PSD, os partidos do espaço político da direita democrática que o desejem, e tenha uma forte presença de independentes”, defende, lembrando que “foi assim que aconteceu em 1979, quando Nuno Kruz Abecasis se tornou presidente da Câmara de Lisboa, em consequência das eleições de 1976, que tinham dado 18,9% ao CDS e 15,2% ao PSD”.
“Em 2017, o CDS teve 20,59%, o melhor resultado da sua história, o PSD teve 11,2%, o CDS elegeu 4 vereadores, o PSD 2. Se em 1979 a distância que na eleição anterior não chegou a quatro pontos percentuais determinou a liderança do CDS, em 2021 a diferença de quase onze pontos também o deve determinar”, acrescentou.
Cristas reitera que “mais importante do que o nome que em concreto o CDS possa apresentar, é o relacionamento institucional e o cumprimento de critérios objetivos no diálogo entre os dois partidos que precisa de ser protegido e salvaguardado”.
“Entendo que é dever do presidente do CDS trabalhar no sentido de construir essa coligação a par de um método para em conjunto ser desenhado um programa sólido e ambicioso. Até agora, isso não transpareceu. Penso, contudo, que vai a tempo de encontrar um bom nome, da área do CDS, para encabeçar uma coligação ganhadora”, refere, garantindo que cumprirá até ao final o seu mandato enquanto vereadora da Câmara Municipal de Lisboa e que estará, “como sempre, totalmente disponível para passar a pasta”.
𝗣𝗼𝗿 𝗾𝘂𝗲 𝗻𝗮̃𝗼 𝘀𝗲𝗿𝗲𝗶 𝗰𝗮𝗻𝗱𝗶𝗱𝗮𝘁𝗮 𝗮̀ Câmara Municipal de Lisboa Passadas as eleições presidenciais, numa fase menos…
Publicado por Assunção Cristas em Quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021