Fernando Gomes esteve na Audição Pública da Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, pedida pelo Partido Comunista Português, onde representou as federações de andebol, patinagem, voleibol, basquetebol e, naturalmente, de futebol. Na audição, o presidente da FPF não poupou nas críticas, e fez saber a sua vontade de ver regressar as atividades dos escalões de formação.
"Uma das nossas preocupações tem a ver com a falta de atividade no movimento associativo, em especial nos escalões e formações. Não compreendemos esta situação de inatividade, quando existem vários países onde foi possível manter os escalões de formação em atividade, nomeadamente entre os 10,11 e 12 anos, onde está provado que o nível de propagação é reduzido. O Estado tem de se questionar esta ausência de atividade na formação, sobretudo se tivermos em conta, o exemplo do futebol sénior, que, seguindo as orientações da Direção-Geral da Saúde, contribuíram para a eliminação da propagação do vírus através de testagem massiva", referiu inicialmente Fernando Gomes, que pediu uma "estratégia clara de retoma das competições", e realçou ainda que o desporto "não recebeu um cêntimo".
"Exige-se por isso a definição de uma estratégia de retoma através da organização de competições e indicação de uma data de referência para o início do treino sem restrições na formação. Exige-se ainda a clara identificação de fundos de apoio ao Desporto para salvar milhares de clubes, entidades e associações desportivas que, de outra forma, rapidamente vão desaparecer. Lembro que em outubro o Bloco de Esquerda apresentou um projeto à Assembleia da República, aprovado em 4 de dezembro, para a criação de um fundo de apoio ao Desporto. Este foi publicado em Diário da República a 5 de fevereiro e, até hoje, o Desporto na sua globalidade não recebeu um cêntimo para combater um conjunto de despesas e acréscimo de custos de um processo pandémico que dura há quase um ano. É tempo de agir", concluiu o presidente da FPF.
Recorde-se que o desporto de formação tem sofrido fortes quebras devido à pandemia da covid-19, com os números de atletas de formação federados a diminuir drasticamente relativamente aos anos anteriores.