O número de novos casos de covid-19 diagnosticados continua a baixar e a semana termina com o país com uma incidência acumulada de novos diagnósticos a 14 dias já abaixo dos 1000 casos por 100 mil habitantes. No final de janeiro, chegou a passar os 1600 casos por 100 mil habitantes, com a região de Lisboa a registar a maior incidência de sempre no país e uma das maiores vagas a nível europeu, acima dos 2 mil casos por 100 mil habitantes. Apesar da descida acentuada nos últimos dias, Lisboa é a única região do país que se mantém acima dos mil casos por 100 mil habitantes (1300).
As restantes regiões já saíram todas do patamar de risco extremamente elevado (acima de 960 casos por 100 mil habitantes). A região Norte registava ontem uma incidência acumulada de 633 casos por 100 mil habitantes a 14 dias, o Centro 868, Alentejo 785 e Algarve 635. António Costa afastou ontem qualquer desconfinamento até março, e salientou que para já não há linhas traçadas, cabendo aos investigadores consensualizarem indicadores para o fazer.
Do INSA, saiu a recomendação de um confinamento de pelo menos dois meses que pode levar o país ao patamar dos 60 casos por 100 mil habitantes. Portugal já não regista esse nível de incidência desde outubro e passou o Natal com 500 casos por 100 mil habitantes.
Outra proposta foi o país desconfinar só abaixo dos 2000 casos diários. Nos últimos sete dias foram ainda mais de 4 mil, mas a descida tem sido particularmente acentuada. Os investigadores pedem ainda o reforço da testagem para reduzir a taxa de positividade, que continua ainda acima de 10% (chegou a ser de 22%). Os internamentos estão a diminuir a um ritmo mais acelerado esta semana e agora, também nos cuidados intensivos, mas a um ritmo ainda ligeiro – de domingo a quarta-feira houve uma redução de 12% nos doentes com covid-19 nos hospitais, sendo de 4% em UCI.
A Administração Regional de Lisboa e Vale do Tejo adiantou ao i que esta quinta-feira estavam internados nos hospitais da região 2.657 doentes com covid-19, agora menos 257 doentes do que no final da semana passada mas apenas menos cinco em UCI (343). Não existe no entanto um balanço de quantos doentes de Lisboa estão noutras regiões do país. O Hospital Amadora-Sintra desativou ontem a enfermaria aberta há duas semanas no Hospital da Luz quando o sistema de fornecimento de oxigénio entrou em sobrecarga.
Durante este período, enfermeiros e médicos do Amadora-Sintra estiveram a trabalhar no hospital com 18 doentes transferidos da Amadora, disse ao i fonte da instituição.
A maioria já teve alta e os restantes doentes regressaram ontem à Amadora. Nas últimas semanas o hospital precisou de transferir cerca de 200 doentes com covid-19 por ter atingido o limite de capacidade. Chegou a ter mais de 360 doentes internados com covid-19. Ontem eram 281.