Menos de um ano depois de ter sido reeleito líder com 99% dos votos, André Ventura deverá voltar a ser o único candidato nas eleições internas marcadas para dia 6 de Março. O líder do Chega define como prioridade chegar ao Governo nas próximas eleições legislativas e, antes disso, garantir que o partido «conseguirá implantar-se em todo o território nacional» nas autárquicas, previstas para outubro.
Na moção estratégica Governar Portugal, André Ventura escreve que «o objetivo do partido deverá ser agora, sem dúvidas ou tibiezas, o Governo de Portugal». O documento não aborda a política de alianças, nem faz nenhuma referência ao PSD, mas garante que o partido só estará disponível para participar num Governo que seja contra o sistema. «Será sempre, com a nossa participação, um Governo anti-sistema. Ou simplesmente não contarão connosco!», garante. O «combate feroz à corrupção, a reforma da justiça, a dignificação dos polícias, médicos, enfermeiros, professores e de todos os que estão na linha da frente contra esta pandemia, a reforma do sistema fiscal e a reforma global do sistema político» são as prioridades definidas pelo Chega.
A moção de estratégia começa por abordar, sem se referir a Ana Gomes, a queixa apresentada à Procuradoria-Geral da República (PGR) para a reapreciação da legalidade do partido. André Ventura defende que «os inimigos» do Chega querem afastar o partido da vida política. «Ora pela via da mordaça, impondo boicotes de comunicação, ora promovendo estratégias ativas de desinformação contra nós, ora promovendo pedidos para a ilegalização do Chega, são várias e notórias as estratégias daqueles que querem ver o nosso partido fora do xadrez político português», acrescenta.
Ventura quer travar ‘jogos de bastidores’
André Ventura termina a moção com um apelo aos militantes para não se perderem em «jogos de bastidores», nem «nos subalternizaremos aos interesses obscuros do sistema e dos seus tentáculos». O congresso ainda não tem data marcada, mas poderá realizar-se em maio ou junho. André Ventura recandidata-se à liderança depois de ter apresentado a demissão por não ter conseguido ficar à frente de Ana Gomes nas eleições presidenciais.