O endividamento da economia fechou o ano passado com um recorde de 745,77 mil milhões de euros. Os dados revelados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal (BdP) mostram que a dívida acumulada por famílias, empresas e Estado cresceu cerca de 27,4 mil milhões de euros no total do ano.
A instituição liderada por Mário Centeno revela que, do valor da dívida, 342,5 mil milhões dizem respeito ao setor público e 403,3 mil milhões ao setor privado.
Ora, o endividamento do setor não financeiro cresceu 27,4 mil milhões de euros, valor justificado com o crescimento de 24,9 mil milhões de euros no endividamento do setor público e ainda do crescimento de 2,5 mil milhões de euros no endividamento do setor privado.
“O endividamento do setor não financeiro, em percentagem do PIB, foi de 268,8%, um aumento de 32,0 pontos percentuais (pp) face ao final de 2019, dos quais 19,2 pp se deveram à redução do PIB”, explica o banco central.
Já a subida do endividamento do setor público é justificada com o aumento do financiamento concedido por todos os setores financiadores, “com destaque para o setor financeiro (16,6 mil milhões de euros), seguido das próprias administrações públicas e do exterior”.
Detalha ainda o Banco de Portugal que no setor privado foi registado um incremento do endividamento dos particulares em 2,3 mil milhões de euros, “com o financiamento obtido junto do setor financeiro (2,2 mil milhões de euros) a evidenciar-se”.
O endividamento das empresas privadas cresceu 200 milhões de euros. “Distingue-se o aumento do endividamento face ao setor financeiro (5,8 mil milhões de euros), que foi compensado pela diminuição do endividamento face às empresas e ao exterior”.