A covid é a grande oportunidade para o minuto de fama. E assim todos os dias assistimos nas televisões, comentadores, matemáticos e jornalistas a dissertarem a tese do caos e do fim do mundo. Gente que nuca tínhamos ouvido falar.
Pouco se fala das regras essenciais para nos protegermos a todos da pandemia. Pouco se fala da importância do testar, testar, testar.
Mas muito se fala de números, como se as pessoas não fossem mais do que números. Sabíamos desde março que os mais frágeis eram os mais velhos, mas não conseguimos protegê-los. E dão-nos a estranha sensação de que o país está todo confinado. Mas não está.
Em primeiro lugar, aqueles que nunca nos abandonaram e estão na linha da frente. Depois os invisíveis, aqueles que nos garantem o nosso bem-estar e nem por isso são prioritários na vacinação. Agricultura, pescas, recolha de lixo, pasteleiros, serviços de eletricidade, gás, combustíveis e água, polícia, bombeiros, segurança e limpeza… Milhares que não se podem dar ao luxo de confinar. E de muitos mais poderíamos falar. O setor da construção cresceu em 2020, o que significa que puderam trabalhar, e mais. Mas a covid não afeta estes profissionais? Ainda bem que não.
Temos que começar a planear com datas e metas a reabertura da economia. Desacelerar ou parar é muito mais fácil do que acelerar. Por isso, temos que preparar-nos para um boom do turismo, que só terá consistência se estivermos à altura da procura. Ninguém duvide que a primeira coisa que os europeus vão querer fazer quando desconfiarem, vai ser viajar. Portugal tem de ser o primeiro lugar que eles vão querer visitar.
E aí, sim, os matemáticos que regressem para falar dos números, mas daqueles que nos interessam: Crescimento, esperança de vida e melhoria do nível de vida. Não desistam. Acreditem. Sejam resilientes. Sejam portugueses. Porque Portugal é nosso!