A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, falou esta segunda-feira nas "semanas difíceis" que Portugal tem passado devido à pandemia de covid-19.
"Sei que pode parecer estranho falar de recuperação, uma vez que a pandemia continua a grassar. Estas são semanas difíceis em Portugal e noutros lugares do nosso continente e hoje ainda não estamos onde gostaríamos de estar no combate ao vírus", afirmou, na sua intervenção na Semana Parlamentar Europeia.
Para a líder do executivo comunitário, é necessário "encontrar respostas rápidas, por exemplo, para a crescente ameaça de variantes". "Esta é a razão pela qual a Comissão lançou a Incubadora HERA [sigla da futura Autoridade Europeia de Preparação e Resposta a Emergências de Saúde] na semana passada", afirmou.
A HERA é "uma cooperação público-privada entre a ciência, o setor da saúde, autoridades como a Agência Europeia de Medicamentos e a indústria" e servirá para "rastrear variantes, se necessário para adaptar as vacinas, depois para orientar ensaios clínicos na Europa e o mais importante para fabricar vacinas existentes e novas a uma grande escala", explicou.
Von der Leyen acrescentou ainda que "agora cabe a cada país da nossa União fazer bom uso desta oportunidade feita na Europa", referindo-se à retoma económica. "Sete países europeus, incluindo Portugal, já ratificaram a decisão dos recursos próprios […] e encorajo todos a fazer o mesmo, com caráter de urgência, já que só com uma decisão dos recursos próprios ratificada é que poderemos colocar combustível na recuperação", afirmou.
"Os povos da Europa não podem esperar. O nosso futuro coletivo está agora inteiramente nas vossas mãos, as mãos dos parlamentos da Europa", apelou. "Todos os países europeus deveriam ter os recursos para tirar as suas populações desta crise e, particularmente, os países que foram mais duramente atingidos".
"Não tenho dúvidas de que a Europa irá recuperar: todos os países, grandes e pequenos, nos quatro cantos do nosso continente, recuperarão juntos desta crise sanitária. E quando todos os 27 tiverem ratificado a decisão dos recursos próprios, uma espécie de novo oxigénio fluirá para a nossa economia", concluiu.