A Comissão Europeia exigiu a seis países europeus – a Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Suécia, Hungria e Finlândia – que reabrissem as suas fronteiras aos outros países do espaço Schengen, após uma série de fechos unilaterais, para conter o alastrar de novas variantes da covid-19. Esta terça-feira, Bruxelas deu até 10 dias para estes países responderem às suas preocupações, dado a “fragmentação e disrupção do livre movimento e das cadeias de abastecimento, algo a que temos assistido nos últimos dias”.
Já não é a primeira vez que Bruxelas expressa desagrado com a quebra das regras de reabertura de fronteiras dentro da UE. Estas restabeleciam uma zona de livre circulação dentro da Europa e critérios comum para permitir receber vindos de fora do bloco a países – entretanto, a segunda vaga da covid-19 no continente baralhou as contas.
No caso da Alemanha, há preocupação de que o país se esteja a encaminhar para uma terceira vaga, com um aumento súbito dos casos. Como tal, fecharam a fronteira com a República Checa – o país europeu com mais novas infeções per capita nos últimos 14 dias – e com província austríaca de Tirol, que sofre um enorme surto da variante sul-africana da covid-19. O próprio Governo austríaco viu-se obrigado a recorrer a testar a todos os que saíam da província – mas não gostou quando a Alemanha decidiu fecha as fronteiras.
Contudo, para a Comissão Europeia, que desaconselhou todas as viagens por lazer, a solução dentro do espaço Schengen deve ser, em último caso, impor quarentena e testes obrigatórios, isentando todos os trabalhadores dos transportes.
Ainda assim, a Alemanha pondera fechar também a fronteira com França, na região de Moselle, que tem tido um pico de infeções por variantes da covid-19. Foi combinado esta terça-feira que haveria um período de 48 horas para coordenar medidas de testagem comuns, entre as autoridades de saúde dos dois países, para evitar o fecho. Mas a ideia não agradou nada ao Presidente Emmanuel Macron, conhecido defensor da abertura das fronteiras europeias – a expetativa é que países do sul, como Portugal ou Espanha, muito dependentes do turismo, acompanhem essa posição.