A manutenção dos aviões da TAP vai deixar de ser feita no Brasil – na TAP M&E Brasil [Manutenção e Engenharia] – a partir do final deste ano. O anúncio foi feito esta terça-feira, no Parlamento, pelo presidente do conselho de administração da companhia, Miguel Frasquilho, na comissão parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação.
“Estamos a ver que propostas aparecem, mas, independentemente do que possa acontecer à TAP M&E Brasil, o plano já não prevê a realização da atividade de manutenção de aeronaves da TAP no Brasil a partir do final deste ano”, confirmou Miguel Frasquilho.
O fim da operação no Brasil era, aliás, uma reivindicação antiga no seio da empresa. A intenção de vender a TAP M&E Brasil está, inclusive, expressa no plano de reestruturação da TAP entregue, em dezembro, à Comissão Europeia. E nas reuniões que decorrem em Bruxelas, so representantes do Governo e da empresa têm insistido nesta solução.
Na altura, o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, confirmou que era intenção do Estado português vender esta empresa, embpra tenha acrescentado que o Governo iria aguardar por um momento mais favorável no mercado. “Sabemos que a M&E Brasil não é uma empresa com a qual queiramos ficar. Não temos ganho, mas é um trabalho que se vai fazer. A M&E Brasil é uma empresa para ser vendida”, confirmou Pedro Nuno Santos.
Recorde-se que o processo TAP M&E Brasil (ex-VEM – Varig Manutenção e Engenharia) foi longo e muito penalizador nas contas do Grupo TAP, com prejuízos avultados e sucessivos (à exceção de 2019). Entre 2010 e 2018, a TAP transferiu para a operação no Brasil cerca de 570 milhões de euros e, já em 2020, foi obrigada a injetar na empresa de manutenção 0,1% do montante que recebeu do Estado português das ajudas públicas de 1200 milhões – ou seja, o equivalente a 1,2 milhões de euros.
A partir de 2021, a manutenção dos aviões da TAP será feita exclusivamente em Portugal.