“Apagão pela educação” é o nome da iniciativa segundo a qual os professores desligam os computadores durante alguns minutos por dia como forma de protesto.
Esta semana, o objetivo passa por desligamentos diários de 30 minutos, mais 15 minutos que na semana passada, “sendo 15 minutos a soma de nove com quatro com dois, números com forte simbolismo para os professores portugueses”, pode ler-se no comunicado enviado pelo movimento, aludindo assim aos nove anos, quatro meses e dois dias em que a carreira dos docentes esteve congelada.
Segundo os proponentes do apelo, o protesto deve manter-se e será alargado enquanto o Governo não abordar com todas as organizações sindicais, em conjunto, os problemas que preocupam os professores “e que se agravam de há 15 anos para cá”, ou seja, as questões de salário e de respeito pela carreira (vagas em certos escalões ou congelamento de tempo de serviço, etc.), condições de trabalho, horários, aposentação, concursos, tratamento dos contratados, avaliação, imagem pública da classe e sua degradação pelas mentiras junto da opinião pública.
É de sublinhar que o apagão começou, na semana passada, com dois apagões de 15 minutos que suscitaram larga adesão entre os professores, “patente quer no número de professores que adotaram o logótipo da iniciativa ou as suas hashtags, quer no número de docentes que comunicaram publicamente a sua adesão e apoio ao #apagãopelaeducação”, é possível ler.
O grupo que lançou a ideia mantém o apelo aos restantes profissionais de educação que estão em sua casa, a usar o seu próprio equipamento e condições técnicas para realizar ensino à distância, “para que adiram ao protesto, por agora, ainda só simbólico, e suspendam nesse período diário de 30 minutos a colaboração com o disfarce de falta de preparação que vinha impedindo a opinião pública de perceber que o ministro Tiago Brandão Rodrigues mente ao dizer que tudo corre bem e tudo estava preparado”.
“As mentiras e desconsideração atingiram um nível insuportável”, escreveram, adicionando que este protesto, “que é simbólico e visa evitar o custo para os alunos do desligar total, pelos seus donos, num ato legal e legítimo, da infraestrutura digital do ensino à distância, também serve para que a comunicação social fale dos problemas, num ângulo mais realista e menos desfocado pela propaganda frenética do ministro”.
No documento enviado em anexo pelo movimento são sugeridas datas e horas para os apagões em concordância com determinadas queixas de condições laborais. A título de exemplo, verificam-se as propostas “Trabalhaste anos e anos e não te contaram o tempo de serviço? Apaga 15 minutos no dia 18-2- -2021 às 9h15” ou “Foste tu que pagaste o computador que estás a usar para trabalhar? Apaga 15 minutos no dia 18-2-2021 às 9h15”.