Na Holanda, as profissionais de sexo ainda não baixaram os braços e anunciaram, esta quinta-feira, que vão protestar na terça-feira da próxima semana em frente ao Parlamento holandês para manifestar as restrições que mantêm o fecho dos bordéis, sem vista para quando voltar.
As trabalhadoras de sexo estão proibidas de exercer a sua profissão desde dezembro do ano passado e não foram autorizadas a voltar à atividade devido à "especificidade do trabalho, que implica um contacto muito próximo e a possibilidade de transmissão do vírus", explicou o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte.
"Vamos protestar porque somos a única profissão de contacto agora excluída da flexibilização das medidas governamentais", disse Moira Mona, uma das organizadoras do protesto, à agência France-Presse (AFP).
"Temos um protocolo de higiene rígido e sabemos, talvez melhor do que ninguém, como prevenir a transmissão do vírus", salientou.
Este momento coincide com a onda de reivindicação por parte dos donos de cafés e restaurantes que já ameaçaram o governo de abrir os seus negócios sem autorização. A insatisfação dos empresários aumentou depois de Mark Rutte ter dito, nesta terça-feira, que o país deverá continuar com o recolhimento obrigatório e o encerramento de bares, cafés e restaurantes.
Porém, a partir de dia 3 de março, Rutte decretou um ligeiro desconfinamento ao reabrir salões de cabeleireiro e de massagem, as chamadas “profissões de contacto”. E no mesmo dia, pelo menos 65 proprietários de cafés e restaurantes vão reabrir as suas lojas, apesar de a paralisação imposta pelo Governo desde outubro, admite a emissora estatal NOS.
De realçar que nos últimos dias, milhares de pessoas estiveram reunidas em parques e jardins para aproveitar o bom tempo, sem qualquer preocupação com as medidas de distanciamento.
"Fim de semana após fim de semana, vemos parques urbanos lotados. É estranho", confessou Johan de Vos, proprietário de um restaurante, que garantiu que os empresários da restauração são capazes de assegurar o cumprimento das regras sanitárias.
A Real Federação dos Restaurantes da Holanda afirmou à AFP "compreender a decisão de alguns proprietários" de cafés e restaurantes, ainda que a reabertura não autorizada não seja uma política oficial da instituição.