Autoridades russas confirmam transferência de Navalny, mas não revelam a sua localização atual

O diretor do Serviço Penitenciário Federal da Rússia garantiu ainda que “não existe nenhuma ameaça para a integridade física” o opositor do regime de Navalny. 

As autoridades russas afirmaram, esta sexta-feira, que irão garantir a segurança de Alexei Navalny, e confirmaram que o opositor foi transferido para o estabelecimento prisional onde irá cumprir os dois anos e meio de prisão a que foi sentenciado, no entanto não revelaram a sua localização atual.

"Eu garanto que não existe nenhuma ameaça para a integridade física (de Alexei Navalny)", disse Alexandr Kalashnikov, diretor do Serviço Penitenciário Federal, à agência Interfaxm, sublinhando que o opositor do regime de Vladimir Putin "vai gozar de condições absolutamente normais".

"O controlo vai ser garantido a cem por cento. E, se o desejar, poderá trabalhar em atividades produtivas", afirmou.

As afirmações surgem um dia após a advogada de Navalny, Olga Mikhailova, ter revelado que este tinha sido transferido para um local desconhecido. "Não disseram a ninguém para onde o transferiram", afirmou à Agência France-Presse (AFP).

Kalashnikov confirmou a transferência de Navalny, mas não revelou a sua localização atual. "Por decisão do tribunal partiu para lá, foi tudo feito dentro da legalidade", disse.

Na Rússia, as transferências de estabelecimentos prisionais costumam ser feitas de comboio, em deslocações que podem durar vários dias ou semanas, e a lei russa não é obrigada pelo Estado a informar as famílias do paradeiro dos reclusos até que cheguem à prisão de destino.

Recorde-se que Alexei Navalny foi condenado a dois anos e oito meses de prisão por um tribunal de Moscovo, por ter violado os termos de uma pena suspensa a que foi sentenciado em 2014.

O político estava a cumprir uma pena em liberdade condicional após ter sido acusado de fraude – uma acusação que diz ter sido fabricada –, quando foi envenenado com um agente neurotóxico do tipo Novitchok, em agosto de 2020. Após aquela que considera ser uma tentativa de assassinato por parte do Kremlin, o opositor de 44 anos foi transferido, a pedido da mulher, da Sibéria para a Alemanha para recuperar. Viria a ser detido a 17 de janeiro ao voltar para a Rússia.