Motoristas de TVDE trabalham quase 17 horas por dia, alerta sindicato

Sindicato denunciou precariedade laboral dos trabalhadores.

O Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP) alertou para a existência de motoristas de TVDE a trabalharem quase 17 horas por dia para “subsistirem”.

Fernando Fidalgo, dirigente sindical do STRUP, falou à comunicação social à margem de uma vigília de trabalhadores de Transportes em Veículos Descaracterizados a Partir de Plataforma Eletrónica (TVDE) junto ao Ministério do Ambiente e Ação Climática, em Lisboa.

Devido ao contexto pandémico, estiveram presentes na ação somente sete motoristas que seguravam dois cartazes com as inscrições: “Lei 45/2018 mata TVDE” e “Os trabalhadores dos TVDE rejeitam a escravatura digital”.
É de sublinhar que a lei 45/2018, que regulamenta as plataformas eletrónicas de transporte em veículos descaracterizados, entrou em vigor a 1 de novembro.

“O nosso caderno reivindicativo tem 14 pontos, mas nós, neste momento, entendemos que é extremamente urgente resolver três situações”, adiantou o dirigente em declarações à agência Lusa.

Segundo o sindicalista, foi apresentada à Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) “documentação que justifica que os preços que estão a ser praticados pelas plataformas não respeitam os custos da atividade que os parceiros têm”, evidenciando igualmente que é “necessário retificar esta situação”.

“As pessoas, neste momento, para subsistirem trabalham 15/17 horas e isto não se compadece, até porque a lei define que o período máximo semanal seja de 40 horas. Portanto, se os trabalhadores, na situação pandémica em que estamos, apenas trabalhassem oito horas por dia, não tinham como subsistir”, afirmou, acrescentando que há cerca de 28 mil licenças autorizadas em Portugal.