O deputado socialista Ascenso Simões foi alvo de duras críticas da direita por ter afirmado que o Padrão dos Descobrimentos devia ter sido destruído. OCDS apelou mesmo a António Costa para colocar «os seus deputados na ordem» e o Chega acusou Ascenso Simões de «escrever aberrações».
A polémica começou com um artigo, publicado no jornal Público, intitulado O salazarismo não morreu. E a parte mais controversa foi sobre o Padrão dos Descobrimentos – «Mesmo o Padrão, num país respeitável, devia ter sido destruído», escreveu o deputado socialista e ex-governante.
O presidente do CDS foi o primeiro a reagir. «Os últimos dias têm sido pródigos em insultos da esquerda e da extrema-esquerda à nossa História», mas «há insultos que para além de disparatados são graves», considerou Francisco Rodrigues dos Santos.
Para o líder centrista, «ver um deputado do PS, partido que suporta o Governo, a defender a demolição do Padrão dos Descobrimentos é o cúmulo da falta de noção».
Também Paulo Portas não resistiu a comentar a polémica no seu espaço de opinião na TVI: «É mais fácil remover o Padrão dos Descobrimentos do que remover os descobrimentos e são os descobrimentos que devemos celebrar sem nenhum complexo».
A Juventude Popular também se juntou ao coro de críticas da direita ao deputado socialista.
Francisco Mora, presidente da JP, lamenta o empenhamento de «alguns políticos» em acertar contas com o passado. «O negacionismo histórico é uma falta de respeito pela identidade do nosso povo. Lamento que num momento tão difícil do país haja políticos mais empenhados em acertos de contas com o passado em vez de preparar no presente o futuro», disse ao Nascer do SOL o líder da juventude do CDS.
O Chega, por sua vez, enviou uma carta a António Costa a questionar se o PS «manterá a confiança política num deputado e militante que mostra desprezo pela História de Portugal». André Ventura acusou o deputado Ascenso Simões de «escrever aberrações» e desafiou o PS a demarcar-se das afirmações daquele deputado.
Na carta enviada ao secretário-geral do PS, André Ventura defende que «querer reescrever a História não é democrático».
O PS optou por não entrar na polémica, remetendo-se a rigoroso silêncio.