Incidência cumulativa não bate certo com dados dos boletins da DGS

É um dos indicadores usados na monitorização da epidemia.

Na altura em que o país começa a desconfinar não é fácil perceber como estão ao certo os indicadores, tanto o RT que só é divulgado semanalmente pelo INSA como a incidência cumulativa a 14 dias, que até aqui era possível calcular com base nos casos divulgados pela DGS e nas estimativas de população.

Na reunião no Infarmed, Baltazar Nunes, epidemiologista do INSA, indicou que os indicadores passarão a ser publicados periodicamente. Entretanto os cálculos divulgados, que referem uma incidência de 141 casos por 100 mil habitantes no último domingo, não batem certo com a incidência cumulativa que é possível calcular a partir dos dados disponibilizados nos boletins da DGS, que apontam que no domingo a incidência cumulativa a 14 dias era de 122 casos por 100 mil habitantes.

Segundo os dados disponíveis nos boletins da DGS, com 11 332 casos divulgados nos últimos 14 dias, Portugal teria atingido ontem uma incidência cumulativa de 110,3 casos por 100 mil habitantes. Além desta diferença, que nem a DGS nem o Ministério da Saúde esclareceram ao i, os dados corrigidos nos últimos dias na Madeira, que a DGS confirmou ao i serem antigos, puxam para cima o cálculo da incidência nacional.

Nos últimos oito dias foram introduzidos nos boletins da DGS quase mais mil casos do que os que foram dados como novos casos nos boletins do Governo Regional da Madeira. Sem estes casos, o país registaria a esta altura uma incidência cumulativa a 14 dias de 100,6 casos por 100 mil habitantes.

A DGS e o Ministério não esclareceram ao i como está a ser calculada a incidência a 14 dias para dar agora valores superiores e o que justifica que seja incluídos dados antigos da Madeira no cálculo do indicador atual.