A Associação Nacional de Restaurantes, a Pro.var, apresentou um grupo de trabalho e desafiou o Governo a criar um gabinete de crise. A associação deixa ainda um aviso: “Estamos no fim de linha, já não é possível mascarar mais a situação”. E por isso traçou “linhas vermelhas” para o plano de desconfinamento.
Em comunicado, a associação informa ter reunido, esta quarta-feira, com o Ministério da Economia e com os secretários de Estado do Turismo e Comércio, num encontro onde apresentou o ponto de situação, com a ajuda de um grupo de trabalho “muito heterogéneo” de empresários em representação de empresas desde as micro às grandes empresas, das várias regiões do país.
“O cenário apresentado é de rotura, estamos a assistir à destruição do tecido empresarial, além das empresas do setor da restauração, na cadeia de valor, estão também os próprios fornecedores, que até agora ajudaram a “mascarar” a insuficiência dos apoios, por moratórias forçadas, mas que agora já se esgotou, juntam-se agora na fileira, os trabalhadores e o Estado”, diz Daniel Serra, presidente da Pro.var, em comunicado.
A associação diz ainda que o setor da restauração “está mergulhado numa profunda crise”, denunciando que “a estratégia adotada para o desconfinamento, irá ser a machadada final, pois coloca a restauração num perigoso limbo, ficando à mercê de qualquer variação, será um permanente ‘abre e fecha’”.
Daniel Serra é claro: “O setor não tem condições, nem capacidade financeira para adotar a estratégia do “abre e fecha”, apresentamos ao Governo uma proposta que pretende definir “balizas” e “linhas vermelhas”, de modo a garantir a segurança, aumentar a confiança e permitir viabilidade dos negócios”.
A associação teme que o Governo não tenha aprendido “com os erros do passado”. “Iremos voltar a ter estabelecimentos fechados de porta aberta, sem clientes. Nestas circunstâncias fizemos um alerta claro, queremos abrir com condições plenas”. A Pro.var avança ainda que “os empresários “ameaçam” fechar em sinal de protesto”.