Mais de 100 personalidades, 103 mais precisamente, subscreveram uma carta aberta para incluir as pessoas com deficiência nos grupos prioritários de vacinação contra a covid-19. O documento já foi enviado na passada quinta-feira ao Presidente da República, ao primeiro-ministro, ao Presidente da Assembleia da República e à Direção-Geral de Saúde. Na lista de subscritores estão nomes como o do autarca do Porto, Rui Moreira, o antigo primeiro-ministro, Pedro Santana Lopes, o autarca de Loures, Bernardino Soares, aos cantores e compositores Pedro Abrunhosa e Carolina Deslandes, mas também personalidades como o antigo ministro Aguiar-Branco, o antigo dirigente do CDS Nobre Guedes ou o embaixador Martins da Cruz.
“Com esta carta apelamos a todos decisores políticos, em especial ao Governo de Portugal, à Direção Geral de Saúde e Ministério da Saúde, para incluir as pessoas com deficiência nos grupos prioritários para receber vacinas contra a Covid-19”, pode ler-se no documento a que o i teve acesso. As promotores da iniciativa Ana Camilo Martins, Maria de Assis Swinnerton e Paula Camello de Almeida vão pedir esta sexta-feira audiências com os grupos parlamentares. As três promotoras são mães de pessoas com deficiência.
Na missiva defende-se que a “priorização das pessoas com deficiência na vacinação contra a covid-19, mais do que uma obrigação do Estado, é um sinal de humanidade e civilização. A violação do princípio de proteção dos mais vulneráveis é um sinal flagrante da falência do Estado de Direito e uma negação dos valores que estiveram na fundação do Portugal democrático”.
O texto começa por lembrar que “de acordo com a Organização Mundial da Saúde, as pessoas com deficiência são categorizadas como populações vulneráveis em situações de emergência de saúde pública”. Porém, as pessoas com deficiência ficaram “incompreensivelmente ausentes das diretrizes da primeira e da segunda fase de vacinação em Portugal”. Para os signatários “a exclusão destas pessoas das diretrizes prioritárias em termos de vacinação representa mais uma barreira para a saúde e para o bem-estar desta população, com consequências graves ao nível da mortalidade”.