Prioridades de vacinação abrangem agora 3 milhões

Professores e auxiliares foram incluídos nos grupos prioritários de vacinação de trabalhadores essenciais, que decorre em paralelo com a vacinação de grupos mais vulneráveis pela idade e doença. Serão vacinados ao longo do segundo trimestre.

Os professores e auxiliares das escolas deverão começar a ser vacinados entre o final de março e início de abril. A perspetiva foi apontada esta semana pelo Ministério, depois de serem revistas as normas de vacinação.

Os professores foram incluídos esta semana formalmente nos grupos prioritários de vacinação e as listas de prioridades deverão ser fornecidas pelas escolas.

Dois meses e meio depois do início da campanha de vacinação no país, volta assim a ser revisto o grupo de pessoas que recebe a vacina antes da população em geral. Mas, mesmo assim, a vacinação de todos os que pertencem aos grupo prioritários não deverá ficar completa antes do fim do primeiro semestre, já a contar mais para o próximo ano lectivo do que para o atual.

De acordo com os dados disponíveis, o universo de pessoas a vacinar na primeira e na segunda fases é agora de cerca de 3 milhões de pessoas, começando depois a vacinação do resto da população.

Até esta sexta-feira foram administradas quase 800 mil primeiras doses e 320 723 portugueses têm a vacina completa. A maioria são idosos com mais de 80 anos, mais de 300 mil, o que significa que quase 40% dos vacinados até ao momento são idosos com mais de 80 anos, grupo etário onde até ao último domingo tinha sido alcançada uma cobertura de 47% na primeira dose e 10% tinham a vacinação completa com as duas doses.

Ao todo, há cerca de 200 mil trabalhadores nas escolas, que se juntam aos 120 mil trabalhadores da saúde do setor público, 65 mil do privado e 50 mil profissionais essenciais, como bombeiros e militares, que devem receber a vacina antes do resto da população.

Valter Fonseca, da Direção Geral da Saúde, disse esta semana ao Público que a inclusão do pessoal das escolas na vacinação não deverá comprometer as metas, mas na comissão nacional de vacinação a opinião não foi unânime. Faltam vacinar ainda milhares de pessoas para serem atingidos os objetivos.

 

1.ª fase concluída até abril

A primeira fase de vacinação, que abrange cerca de 700 mil idosos com mais de 80 anos e 365 mil doentes prioritários com mais de 50 anos, está previsto ser concluída até abril, mas ainda falta serem administradas cerca de 600 mil primeiras doses para garantir a primeira toma a este universo de 1,3 milhões de pessoas, sendo que no caso dos lares e doentes hemodialisados a cobertura já é total. Começa-se então a vacinar idosos com mais de 65 anos e doentes com mais de 50 anos com outras patologias, um grupo de mais 1,3 milhões de pessoas.

A vacinação de trabalhadores considerados essenciais, que começou pelos profissionais de saúde, de acordo com as normas da Direção Geral da Saúde, deve acontecer a par da vacinação dos grupos de risco ‘clínico’, já que o plano está dividido entre ‘salvar vidas’ e conseguir resiliência na economia, uma divisão que surgiu já após o lançamento da campanha de vacinação no ano passado. Na altura, previa-se que a primeira fase de vacinação abrangesse 950 mil pessoas e houvesse mais vacinas. Chegaram menos doses e os grupos prioritários alargaram-se, estando previsto um aumento do ritmo de vacinação no segundo trimestre.

Os apelos para que sejam incluídas outras pessoas excluídas das prioridades da vacinação mantêm-se.

Esta semana, uma carta subscrita por várias personalidades defende a inclusão de pessoas com deficiência nas prioridades de vacinação. Com as atuais regras, mesmo com incapacidade grave, se tiverem menos de 50 anos só serão convocadas com o resto da população.