Apoio do Governo aos bombeiros? “Traduz-se em migalhas, se comparado com as necessidades”, criticou Jaime Marta Soares

Segundo o comunicado da Liga dos Bombeiros Portugueses, “os bombeiros continuam a ser tratados como filhos de um deus menor e eternos esquecidos quando se trata de concretizar apoios e obter ferramentas fundamentais para a execução das suas missões”.

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) acusou, esta quinta-feira, vários governos de tratarem os bombeiros como “eternos esquecidos” e afirmou que, nos mais recentes planos estratégicos, este setor é votado “ao ostracismo”.

Segundo o comunicado da LBP, "os bombeiros continuam a ser tratados como filhos de um deus menor e eternos esquecidos quando se trata de concretizar apoios e obter ferramentas fundamentais para a execução das suas missões".

O presidente, Jaime Marta Soares, citado no documento, disse que a LBP mostrou uma posição “clara e inequívoca” relativamente ao Plano de Recuperação e Resiliência e do Programa Nacional de Ação do Plano Nacional de Gestão Integrada de Fogos Rurais, acusando o Governo de ter ignorado os contributos deste setor.

Para Jaime Marta Soares, esta foi mais “uma grave ofensa”, num seguimento de "tristes e repetitivos episódios de desrespeito" para com os bombeiros.

"Todos contam de tal modo com os bombeiros como dado adquirido que, repetidamente, nem cuidam de saber e satisfazer as suas necessidades como é dever e obrigação do Estado, através dos vários Governos", criticou o presidente da LBP.

Marta Soares assinalou que "os fogos evitam-se, não se combatem" e o apoio que recebem do Governo "traduz-se em migalhas, se comparado com as necessidades perfeitamente identificadas e reconhecidas por todos".

"Analisados os ditos planos, a LBP conclui terem uma matriz comum relativa ao ostracismo a que votam os bombeiros e à falta de apoios que lhes disponibilizam", critica.

No comunicado, o presidente frisa que os bombeiros portugueses "não estão dispostos a pactuar com tal estado de coisas, com as sucessivas demonstrações de desrespeito".

"A quem está na linha da frente de uma ‘guerra’ não se pode negar as indispensáveis ‘armas’ e outros equipamentos. Mas é assim que os bombeiros se sentem e que a LBP não deixará de denunciar e exigir", rematou.