O Governo comunicou, este domingo, as diretrizes para o regresso às aulas presenciais no ensino superior, recomendando testes rápidos regulares.
A estratégia de rastreios regulares, segundo uma nota conjunta da Direção-Geral da Saúde (DGS) e da Direção-Geral do Ensino Superior (DGES), "pode constituir uma medida adicional às medidas não-farmacológicas para uma retoma mais segura das atividades educativas e letivas presenciais".
"A periodicidade para a realização de testes rápidos de antigénio, em programas de rastreio, não está definida, sendo os intervalos mais estudados os de mais do que um teste por semana, um teste a cada sete dias, e um teste a cada quatro dias", lê-se no documento.
As autoridades justificam a estratégia, sublinhando que "a maior frequência da utilização de testes rápidos de antigénio parece estar associada a uma maior redução da transmissão de SARS-CoV-2 e a um melhor desempenho dos testes, já que o aumento da frequência da sua utilização, no mesmo indivíduo, parece compensar a menor sensibilidade destes testes (comparativamente aos testes de amplificação de ácidos nucleicos, isto é, de PCR)".
"Para esta estratégia ter potencial no controlo da pandemia covid-19, a realização de testes laboratoriais regulares deve ter em consideração os recursos disponíveis de forma a garantir a sua exequibilidade", refere a nota, na qual é recomendada "a realização de um teste rápido de antigénio a todos os estudantes, docentes, investigadores, trabalhadores não docentes e colaboradores que reiniciem atividades presenciais e a realização de rastreios periódicos nos concelhos com uma incidência cumulativa a 14 dias superior a 120/100.000 habitantes".
Assim, as instituições de ensino superior – públicas e privadas – devem assegurar "internamente as condições adequadas para a realização de testes rápidos de antigénio através dos seus próprios recursos humanos e materiais" ou garantir as condições para a realização desses testes "através de iniciativas específicas a lançar por autarquias ou outras instituições públicas ou privadas".
Existe também um programa de testagem articulado entre a DGES e a Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), "Programa de testagem CVP – Ensino Superior", com vista ao fornecimento integral dos kits de testes rápidos de antigénio pela CVP (sem custos adicionais para as instituições)".
O objetivo é o da "realização de testes e a formação de recursos humanos das próprias instituições para garantir a criação de condições adequadas à realização massiva dos testes em todas as instituições de ensino superior".
As instituições do ensino superior que queiram aderir a este programa articulado com a Cruz Vermelha, deverão informar a DGES a partir do dia 23 e, preferencialmente, até 30 de março", através da página oficial na internet, segundo a mesma nota.
Sublinhe-se que a retoma das aulas presenciais no ensino superior está prevista para 19 de abril.