A Interpol emitiu, esta quarta-feira, um alerta para a venda online de vacinas falsas contra a covid-19, depois de desmantelar várias associações criminosas na China e na África do Sul, levando à detenção de 80 pessoas.
“A nossa principal mensagem é que as vacinas não podem ser vendidas online" e apenas os governos as podem distribuir exclusivamente, confirmou a vice-diretora da luta contra os mercados ilícitos da organização policial internacional, Rory Corcoran, à agência EFE.
Tal como Corcoran, o secretário-geral da Interpol, Jürgen Stock, reforçou que "qualquer pessoa que solicitar uma vacina online em vez de obtê-la de seu fornecedor nacional está a comprar um produto falso".
O fenómeno de fraudes com vacinas contra o novo coronavírus tem vindo a escalar, explicou Corcoran, referindo que os criminosos tentam aproveitar-se da vulnerabilidade das pessoas para a venda de produtos impróprios para a luta contra o vírus.
A organização policial recolheu informações sobre várias tentativas de fraude com vacinas falsas para distribuição em diferentes organizações de saúde como lares de idosos.
A Interpol prevê que, nos próximos meses, estas práticas ilegais aumentem, nomeadamente nos países em desenvolvimento, onde as pessoas já estão a receber mensagens online a indicar que as vacinas podem ser adquiridas através da internet.
Outra tendência emergente é a criação de sites ilícitos com logótipos de farmacêuticas conhecidas que permitem que se façam pré-encomendas online de vacinas.
Em certos casos, é recomendado o pagamento da vacina contra a covid-19 em bitcoins.
De acordo com Rory Corcoran, "os criminosos não querem apenas vender vacinas, mas também roubar informações pessoais".
A Interpol estima que os membros das redes desmanteladas na China e na África do Sul tenham angariado cerca de dois milhões de euros. As investigações indicam possíveis desdobramentos da atividade criminosa.
A organização policial internacional recorda que os crimes em torno da crise pandémica resultaram em ataques contra os sistemas informáticos de hospitais, laboratórios e ainda contra os governos locais que bloquearam o acesso às suas informações.