Equipas de resgate conseguiram libertar o leme e as hélices do porta-contentores que estava encalhado há cinco dias no Canal do Suez, anunciou a empresa de serviços marítimos Gulf Agency Company (GAC), sediada no Dubai e que opera no canal.
Após mais uma tentativa falhada, esta noite, as equipas de resgate aproveitaram a maré alta e conseguiram soltar o leme e as hélices. Contudo, o GAC, citando a Autoridade do Canal de Suez, assegurou que "a proa do navio ainda está afundada na margem do canal", mas admite que houve um "ligeiro movimento lateral".
A Autoridade do Canal do Suez, chefiada por Osama Rabie, já emitiu um comunicado referindo os avanços e apontando que 27 mil metros cúbicos de areia da parte da costa, onde está encalhada a proa do navio, foram já dragados, atingindo assim uma profundidade de 18 metros.
Osama Rabie revelou também que os trabalhos de resgate, para libertar o porta-contentores Ever Giben, vão continuar durante todo o dia e que "o trabalho de dragagem será realizado durante o dia e as manobras de tração do Ever Giben, pelos rebocadores, em horários compatíveis com as marés".
Ainda de acordo com a mesma fonte, participaram 12 rebocadores na operação, para retirar o gigante porta-contentores, com 400 metros de comprimentos (o equivalente a quatro campos de futebol), que tem a capacidade de carregar com 224 mil toneladas. Prevê-se a chegada de mais dois rebocadores para ajudar no resgate.
Tanto a GAC quanto a Leth Agencies, outra empresa especializada em serviços logísticos em canais e estreitos, confirmaram que, cerca das 16h00 locais (14h00 em Lisboa) foi planeada uma nova tentativa de movimentar o navio com os rebocadores, coincidindo com a subida da maré.
Enquanto isso, os navios continuam a aglomerar-se nas duas entradas do canal, tanto no Mar Vermelho quanto no Mediterrâneo, aguardando o desbloqueio.
Apesar de que alguns, os maiores e que têm maiores depósitos de combustível, tenham desviado rota para contornar África, explicou a Leth Agencies, esta manhã estavam cerca de 327 navios à espera.