Vacina russa Sputnik V não estará aprovada na União Europeia antes do final de junho

Segundo Clément Beaune, por essa altura, a UE já deverá ter “muitas mais doses de vacinas disponíveis (de outros laboratórios), pelo que a sua necessidade será muito menos urgente”.

A Sputnik V, vacina contra a covid-19 produzida pela Rússia, não deverá estar a circular na União Europeia (UE) antes do final de junho, admitiu o secretário de Estado para os Assuntos Europeus francês, Clément Beaune, esta quinta-feira.

"Há uma primeira fase de avaliação que se chama de revisão científica que, dizem-nos com segurança, não terminará antes de meados de junho", explicou Clément Beaune em declarações ao Senado.

"E há ainda uma etapa final, que é o parecer da Agência Europeia de Medicamentos, sobre a autorização de comercialização, que leva mais algumas semanas. Portanto, a vacina não deverá ter autorização para ser aplicada antes do final de junho", esclareceu o governante francês.

Segundo Beaune, por essa altura, a UE já deverá ter "muitas mais doses de vacinas disponíveis (de outros laboratórios), pelo que a sua necessidade será muito menos urgente".

O secretário de Estado para os Assuntos Europeus também evidenciou a capacidade limitada de produção da vacina russa e criticou Moscovo por usar a Sputnik V como arma de propaganda a nível internacional, contestando acusações já feitas por outros países e também pela Comissão Europeia.

"Não sejamos ingénuos: eles (os governantes russos) têm uma estratégia de divisão na UE que, até agora, não funcionou", advertiu Beaune.

Dos 27 Estados-membros da UR, apenas a Hungria, Eslováquia e República Checa decidiram até agora administrar a vacina russa, sem esperar pela sua avaliação por parte da Autoridade Europeia do Medicamento.

Esta decisão tomou grandes proporções na Eslováquia, ao levar o primeiro-ministro eslovaco, Igor Matovic, a renunciar o seu cargo, depois de ser muito criticado, inclusive por elementos do seu Governo, por aprovar a Sputnik V.

Já a Alemanha diz estar pronta para usar a vacina russa no combate à pandemia, desde que esta cumpra todos os requisitos da Agência Europeia do Medicamento.