Focado no presente, Diogo Braz tenta aproveitar o melhor que cada momento tem para oferecer. Uma filosofia de vida que o levou a deixar Portugal aos 21 anos. Atualmente com 29, Diogo está a viver na Gold Coast, na Austrália. Ainda antes, teve como morada as Ilhas Canárias, Maiorca, Costa Sul da Califórnia ou de Moçambique. «Estes sítios têm em comum a conexão com a natureza, paz, mar e ondas, as características que prezo mais, mas obviamente uns mais do que outros têm oportunidades de trabalho, de crescimento e segurança».
Também por isso não hesita: na sua perspetiva, a Gold Coast é «o melhor sítio no mundo». «Equilibra o maior número de factores positivos, ou seja tem bom tempo o ano inteiro, tem ondas, cascatas e natureza, tem cultura e uma cidade grande por perto, tem oportunidades de trabalho e ganha-se bem, tem boa qualidade do ar, pouco trânsito, é segura e é uma cidade em crescimento», enumera o jovem.
Diogo recorda o momento que deixou Portugal e, embora reconheça que o futuro no país já não fosse na altura muito risonho, diz que não se integra no lote de jovens portugueses que saem apenas pelo fator financeiro. «Quando falo dos motivos que me levaram a procurar mais; para mim mais não significa ir para um país de Norte da Europa onde iria ganhar mais dinheiro, o meu propósito sempre foi filtrar locais onde possa viver bem: isso significa poder ir à praia o ano inteiro com boas temperaturas, poder comer bem e pouco stresse».
Gestor de Eventos num «complexo desportivo relativamente grande», Diogo admite que o último ano acabou por ser mais complicado devido à pandemia, mas sublinha que a estratégia do Governo australiano permitiu que os eventos fossem retomados desde julho último. «A estratégia da Austrália deveria ter sido a estratégia de todos os países do mundo – fecharem fronteiras até ficar tudo controlado. Cada pessoa que entra neste país fica em quarentena num hotel, depois fica livre e entra num ‘País Covid-Free’. Mesmo dentro da Austrália havia fronteiras entre os estados e entre zonas das cidades.
Por sorte, a Gold Coast esteve sempre mais ou menos controlada e desde julho que estamos a realizar eventos (conferências, festas, reuniões, torneios) e acabámos por conseguir ainda ter lucro no último ano», conta. «Atualmente estou com imenso trabalho, a organizar já pequenos festivais e mercados. Nunca usei máscara, só quando vim de Portugal pela última vez que, por acaso, foi exatamente no último dia que pude viajar antes de fecharem fronteiras (em março 2020)», explica.
Diogo Braz admite que a Austrália deu-lhe a conhecer «uma liga de países acima dos países de primeiro mundo». «Nem os Estados Unidos estão nesta liga, talvez só comparável com Suíça, Japão, Nova Zelândia, Canadá e países nórdicos. Aqui, os problemas de corrupção e financeiros não existem, ou, se existem, não afetam as pessoas na base – desde o empregado que lava pratos ao dono de uma grande empresa, todos têm dinheiro para viver, guardar e saúde assegurada».
A Austrália é um «país multicultural», tem «muita gente imigrante e isso é muito interessante, a maior parte das pessoas são felizes e simpáticas», resume, adiantanto que devido à «nossa cultura, língua e gostos musicais, acabamos por formar grupos de amigos portugueses». Ainda assim, conta que a segunda maior comunidade na cidade é brasileira, o que faz com que o «espírito do carnaval e da cultura da felicidade esteja espalhada». A maior diferença é com a cultura asiática, «que também está em peso». «São muito low profile, nós somos os barulhentos e que fazemos festas na rua até às tantas», admite.
Apesar da distância, Diogo sempre visitou Portugal uma vez por ano: «Gosto muito de Portugal, da minha família, amigos, comida e cultura». A mesma distância acaba por ser o «único lado negativo» da experiência, mas se assim não fosse «também não seria tão bom como é», confessa.