Na quinta-feira o primeiro-ministro sinalizou 19 concelhos que, registando uma incidência cumulativa a 14 dias superior a 120 casos por 100 mil habitantes, poderão ter um travão na reabertura dentro de 15 dias. António Costa adiantou que, caso a situação não evolua favoralmente, também os concelhos adjacentes (64 no total) poderão ter medidas. Os dados por município, publicados à segunda-feira pela DGS, mostram que além destes 19 concelhos, a 30 de março, data da análise, eram seis os concelhos na Madeira e Açores acima do patamar de 120 casos por 100 mil habitantes – no briefing, António Costa indicou que as regiões autónomas têm autonomia nas medidas de saúde pública.
Em Portugal continental, depois dos 19 concelhos sinalizados, há 64 que na semana passada estavam no patamar entre os 60 e 120 casos por 100 mil habitantes. Almada, Peso da Régua, Montijo, Sobral de Monte Agraço, Golegã e Póvoa de Varzim são os mais próximos da linha que trava o desconfinamento, mas o Governo ainda não clarificou o que acontece nos concelhos que entrem na zona de risco – e que poderão não ter medidas enquanto outros, com menor incidência, são alvo de medidas por serem vizinhos dos 19 sinalizados. Nos cinco concelhos mais populosos do país, onde é preciso serem diagnosticados mais casos para se calcularem incidências mais elevadas por 100 mil habitantes, era este o cenário: Lisboa estava a 30 de março com 85 casos por 100 mil habitantes, Sintra 75, Vila Nova de Gaia 66, Porto 97 e Cascais com 60 casos por 100 mil habitantes. O i tentou perceber se a proposta de ser usada para avaliação a incidência concelhia corrigida pela incidência dos concelhos limítrofes, a indicação que tinha sido dada pelo Ministério da Saúde antes do conselho de ministros da semana passada e que poderia suavizar as diferenças populacionais, vai ser ainda adoptada mas não teve resposta da tutela.