A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) vai começar uma investigação para apurar se os testes clínicos da vacina russa Sputnik V seguem os padrões científicos e éticos a cumprir, revelou, esta quarta-feira, o Financial Times (FT).
A investigação terá início na próxima semana e tem como objetivo atender à preocupação do regulador europeu sobre a probabilidade de esses ensaios não cumprirem com as “boas práticas clínicas”, segundo a mesma publicação.
Existem padrões acordados a nível internacional para garantir que os ensaios de medicamentos sejam desenvolvidos e realizados de forma adequada.
A Rússia disse que militares e funcionários públicos participaram nos testes da vacina, criada num laboratório estatal e financiada pelo Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), um fundo soberano do Kremlin.
O chefe do RDIF, Kirill Dmitriev, indicou ao FT que não houve pressão sobre estes participantes para se integrarem nos testes e enfatizou que a Sputnik V segue “todas as práticas clínicas”.
A EMA ainda está a decidir se a vacina russa deve ser usada nos países da União Europeia.
De acordo com Dmitriev, os reguladores dos 59 países que já aprovaram o Sputnik V já verificaram “rigorosamente” todos os dados e ficaram sem dúvidas em relação às “boas práticas clínicas”.
Recorde-se que no início de abril, o secretário de Estado para os Assuntos Europeus francês, Clément Beaune, indicou que a vacina russa contra o novo coronavírus não deveria estar a circular no mercado da União Europeia antes do final de junho.
Apenas a Hungria, Eslováquia e República Checa decidiram usar a Sputnik V, sem esperar pela autorização da EMA.
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