Feliciano Barreiras Duarte foi ilibado no caso que levou à sua demissão de secretário-geral do PSD, há três anos. O Ministério Público decidiu arquivar este caso por não existirem “indícios de que o documento em apreço seja material ou intelectualmente falso e de que o arguido, quando invocou a qualidade de visiting scholar, agia sabendo que tal não era verdade”.
O caso gerou polémica quando Rui Rio chegou à liderança do partido. O semanário SOL noticiou que Feliciano Barreiras Duarte nunca teve o estatuto de visiting scholar na Universidade da Califórnia, em Berkeley, apesar de o referir em vários documentos.
Na mesma altura, o então deputado do PSD viu-se envolvido numa polémica relacionada com ajudas de custo e despesas de deslocação do Parlamento por ter dado uma morada no Bombarral quando vivia em Lisboa.
Barreiras Duarte não resistiu à pressão e acabou por se demitir do cargo de secretário-geral do PSD apenas um mês depois de ter sido eleito. “Como sempre disse, não cometi qualquer crime, nem falsifiquei documentos ou o meu currículo, como agora conclui o Ministério Público, após dois anos de investigação”, afirmou esta terça-feira. “Acreditei na justiça e tinha motivos para isso, pois fez-se justiça”, acrescenta o antigo governante.
Barreiras Duarte considera, porém, que “nada apaga o facto de o meu nome ter sido arrastado na lama de forma apressada e torpe, com penosas consequências para mim e para a minha família. Julgo que este caso, que nunca foi caso, como agora se confirma, deve ser pretexto de séria reflexão para todos os agentes políticos, jornalistas e comentadores”.
Barreiras Duarte demitiu-se no dia 18 de março de 2018. Nessa altura, o então deputado do PSD disse que as polémicas à sua volta estavam a atingir “gravemente” a sua família. “Saio de consciência tranquila; nunca ganhei nada, nem com uma, nem com outra situação; não tirei qualquer proveito da Universidade de Berkely – nem financeiro, nem de grau académico, nem profissional, nem político; não procurei qualquer benefício material ou outro, antes pelo contrário, com a questão da morada no Parlamento”, afirmou, nessa altura, o social-democrata.