As mortes por tumores malignos da laringe e traqueia, brônquios e pulmão em Portugal aumentaram mais de 50% em 20 anos, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
De acordo com a publicação “Estatísticas da Saúde 2019”, divulgada pelo INE por ocasião do Dia Mundial da Saúde, que se assinala esta quarta-feira, as mortes por tumores malignos da laringe e traqueia, brônquios e pulmão representaram 3,7% da mortalidade entre 1999 e 2019, ano em que o número de óbitos foi 52,4% acima do resultado obtido 20 anos antes.
Tal como em 1999, refere o INE, as doenças cerebrovasculares continuavam em 2019 a constituir o conjunto de doenças que mais mortes causaram, tendo estado na origem de 14% dos óbitos nessas duas décadas.
Todavia, o INE sublinha que as doenças cerebrovasculares registam cada vez menos óbitos, com uma diminuição de mais de 20 mil óbitos em 1999 para cerca de 11 mil em 2019.
Já a doença isquémica do coração causou 7,4% das mortes no período em análise, mantendo-se como a segunda causa de morte no país, apesar da redução de 22,2% no número de óbitos entre 1999 e 2019.
Em contrapartida, o conjunto das outras doenças cardíacas provocaram em 2019 mais 27,2% de mortes do que em 1999.
Recorde-se que um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) com dados de 2020 e que foi divulgado em fevereiro concluiu que Portugal apresenta uma proporção mais elevada de anos de vida perdidos por causa do cancro do que na média dos 28 países da União Europeia, mas uma proporção inferior à média europeia quando se analisou os anos de vida perdidos por doenças cardiovasculares.
Importa referir que a ENSP estima que, dos 4830 óbitos a mais, no ano passado, 1188 tenham sido provocados por cancro (24,6%). E lembra que os principais sintomas destas patologias são a falta de ar (dispneia), a tosse, a expetoração de sangue (hemoptise) e os sibilos ou outros ruídos respiratórios anormais.