É talvez a notícia mais relevante publicada em Portugal nos últimos tempos – o SIS reconhece, finalmente, que o Partido Comunista Chinês é uma ameaça à segurança nacional e às instituições democráticas portuguesas.
É uma mudança que registamos e que muito nos apraz: o SIS confirma agora o que nós temos vindo a escrever há muito tempo a esta parte.
A China Comunista não é um amigo, não é um aliado, não é um parceiro confiável de Portugal: o regime chinês é uma ameaça à segurança das instituições e de todos os cidadãos portugueses. Como temos vindo a assinalar, a China Comunista é a maior ameaça existencial para a humanidade desde o regime nazi.
O que é curioso é que esta mudança não se encontra materializada no documento oficial da República Portuguesa – o Relatório de Segurança Interna, elaborado pelo SIS – , mas tão somente na página 15 da edição de ontem do jornal “Público”.
Na verdade, o documento oficial limita-se a considerações vagas e genéricas sobre ataques informáticos de potências estrangeiras que ameaçam a segurança nacional – não especifica, porém, quais. Uma fonte do SIS passou, no entanto, a informação que falta no Relatório oficial ao jornal “Público”: as potências em causa são a Rússia e a China Comunista.
Primeira questão: por que razão a identificação da China Comunista não consta no Relatório oficial do SIS, mas apenas numa notícia de jornal?
A verdade é que a República Portuguesa colocou-se a jeito de todas as teorias; já circula nos mentideros da política internacional que a verdadeira razão prende-se com a necessidade de certos agentes portugueses se salvaguardarem de suspeitas cada vez mais fundadas de que há infiltrados que passam informações classificadas da NATO a potências inimigas do mundo livre, maxime à China Comunista.
Inclusive, informações relacionadas com o contingente militar dos EUA estacionado nas Lajes. Enfim, não cremos – não podemos acreditar – que esta seja a verdadeira razão; parece-nos mais especulação, sem termos qualquer outra informação adicional privilegiada.
Cremos, isso sim, que a explicação é mais comezinha, conquanto grave: o que sucedeu foi uma interferência política que ordenou a retirada da menção à China Comunista.
Já se percebeu que este Governo – embora não esteja sozinho – tem uma dependência patológica à China Comunista: os interesses de muitos durante muito tempo geraram, agora, um medo visceral de tomar qualquer posição que possa sensibilizar negativamente a elite do Partido Comunista Chinês. Daí que, por determinação superior, o SIS estivesse constrangido a não efetuar qualquer alusão (oficialmente) ao imenso risco representado pelo Partido Comunista Chinês para a segurança nacional portuguesa e para os direitos individuais dos cidadãos portugueses.