EMEL, a mobilibidade e a inclusão de género

Homem Cisgénero, Mulher Cisgénero, Homem Transgénero, Mulher Transgénero e Outros? Novas opções de género no inquérito da EMEL geram polémica.

No âmbito do projeto europeu TinnGO que visa promover a inclusão da perspetiva de género e diversidade no desenvolvimento de políticas e medidas de mobilidade, a Empresa de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL) lançou, esta semana, um inquérito aos hábitos de mobilidade com o intuito de perceber quais as razões e motivações que levam as pessoas a utilizar os diferentes meios de transporte, dando especial enfoque ao uso da bicicleta.
Mas a primeira questão gerou alguma surpresa e está relacionada com o género dos inquiridos. As opções neste campo aumentaram e passaram de Mulher, Homem e Outros, para Homem Cisgénero, Mulher Cisgénero, Homem Transgénero, Mulher Transgénero e Outros. 

No inquérito é explicado que «cisgénero é quando o sexo atribuído à nascença coincide com a identidade de género» e pelo contrário «transgénero, quando o sexo atribuído à nascença não coincide com a identidade de género».
Maria Teresa Loureiro, responsável pelo departamento de comunicação da EMEL, explica que a decisão de desagregar as opções de resposta, além das opções clássicas Homem/Mulher, resulta da abordagem adotada por todos os parceiros do projeto. «Esta alteração visa a promoção na recolha de dados mais detalhados que permitam identificar possíveis fatores de desigualdade no acesso e uso dos diferentes modos de transporte e pretende ainda analisar perceções, dificuldades e receios na sua utilização para que seja possível compreender quais são as barreiras colocadas».
Segundo a EMEL, além da tipologia de pergunta «seguir as tendências atuais da generalidade dos inquéritos no domínio da igualdade e diversidade», esta vai de encontro às recomendações de diversos organismos europeus dedicados à temática, nomeadamente do Grupo de Alto Nível sobre Não Discriminação, Igualdade e Diversidade, da Comissão Europeia. 

A empresa adiantou que «o questionário contou com a apreciação favorável da Comissão para a Igualdade de Género (CIG), que atestou a adequabilidade da redação das questões e as suas opções de resposta face aos objetivos do inquérito».

As respostas do Inquérito aos Hábitos de Mobilidade em Lisboa servirão de suporte ao Plano de Ação de Género e Diversidade (GaDAP), que abrange linhas de ação que pretendem que a bicicleta seja sentida como um meio de transporte seguro, confiável e eficiente, «aumentando, assim, a sua competitividade e fomentando em simultâneo o seu uso através de uma maior igualdade de acesso».