Marcelo não quis tecer comentários sobre a Operação Marquês, mas disse que gostaria que os processos abertos não fossem além do seu mandato.
Em declarações aos jornalistas, em Azeitão, à margem da inauguração da Casa Memória, em homenagem ao poeta Sebastião da Gama, o Presidente da República recusou comentar “um processo que ainda está muito distante do momento final”. Contudo, defendeu a celeridade da justiça em Portugal.
“Gostaria que o maior número de processos — se fosse possível, todos os processos, que sei que é difícil — vindos do passado ou iniciados neste mandato pudessem ter uma conclusão durante ele. O tempo da justiça é o tempo da justiça, mas todos apreciamos que seja a justiça seja rápida”, afirmou.
“Espero que até ao final deste mandato que acaba de se iniciar, gostaria muito que os portugueses ficassem com a sensação que os processos têm um fim visível em tempo devido, mas não compete ao Presidente da República concretizar como se aplica ao processo A, B, C ou D”, acrescentou.
“O presidente da República nunca comenta decisões dos tribunais. Não comenta decisões definitivas — aquelas em que já não recurso, transitadas em julgado — e por maioria de razão não comenta um processo que está numa fase ainda muito distante desse momento final. Não pode nem deve comentar o que diz respeito ao poder judicial”, sublinhou, destacando que “respeita as decisões dos tribunais”.
Recorde-se que o juiz de instrução ilibou, esta sexta-feira, o antigo primeiro-ministro José Sócrates de ir a julgamento responder por crimes de corrupção na Operação Marquês. Ivo Rosa arrasou a acusação do Ministério Público (MP) durante a leitura da decisão instrutória e só pronunciou o antigo primeiro-ministro de seis crimes, três de branqueamento de capitais e outros três de falsificação de documento. Dos 189 crimes que constavam na acusação da Operação Marquês, só 17 vão a julgamento, distribuídos por cinco dos 28 arguidos.