A decisão do juíz Ivo Rosa sobre a Operação Marquês continua a dar que falar, e a Juventude Popular, na figura do seu líder, Francisco Camacho, deslocou-se nesta quarta-feira até à casa de José Sócrates, antigo primeiro-ministro e principal visado do processo, que viu as acusações de corrupção cair por terra.
"A decência não prescreve", pode-se ler na mensagem colocada em frente ao domicílio do antigo primeiro-ministro. Uma mensagem que "espelha o pensamento das novas gerações e da grande parte dos portugueses", conforme afirma Francisco Camacho, em comunicado.
A indignação foi o mote da manifestação, acusando José Sócrates de ter "retirado tanto às novas gerações", não esquecendo "os factos pelos quais é acusado, pelos quais é pronunciado, e também não pronunciado", aproveitando ainda os centristas para deixar na caixa de correio do antigo primeiro-ministro um "conjunto de propostas de combate à corrupção, à criminalidade financeira e económica, e dignificação dos cargos públicos".
Nesse documento, os centristas acusam a decisão instrutória do juiz Ivo Rosa de aumentar "a perplexidade dos portugueses perante uma justiça que, além de complexa e lenta, é pouco eficaz". Assim a JP defende o aumento do prazo de prescrição de procedimentos criminais de índole económico-financeira para 20 anos, bem como a criação de tribunais especializados para esta área e a proibição, de forma vitalícia, do "exercício da função de titular de cargo público a quem, no exercício da atividade para a qual foi eleito ou nomeado, cometer crimes como a corrupção", entre outras medidas.