Alexander Lukashenko afirmou ter frustrado um plano de golpe e homicídio, apoiado pelos Estados Unidos, contra si e a sua família. Num vídeo divulgado pela Presidência bielorrussa, Lukashenko afirmou que prenderam o grupo em questão, "que nos mostrou como tinham planeado tudo". "Fiquei em silêncio. Depois, então, descobrimos o trabalho de serviços de inteligência claramente estrangeiros, muito provavelmente a CIA, o FBI", defendeu o presidente bielorrusso no vídeo, que informou ainda que foram presos dois cidadãos do país, quando se encontravam em Moscovo. Os serviços de informação russos (FSB) capturaram o cientista político Alexander Fedouta e o advogado Yuri Zenkovich, sendo que o último também tem nacionalidade norte-americana.
A acusação nasce depois de, na sexta-feira, os serviços secretos bielorrussos (KGB) terem anunciado o desmantelamento, durante uma "operação especial", de um "grupo organizado de orientação terrorista" que estava a organizar a "eliminação física do presidente e de sua família" e “a organização de uma rebelião armada para tomar o poder por meios violentos”, segundo avança a Euronews.
Até agora, não houve qualquer comentário às afirmações de Lukaschenko de parte da Rússia ou dos Estados Unidos, mas Svetlana Tikhanovskaia, principal líder da oposição bielorrussa, denunciou a "ação dos serviços de informação russos e bielorrussos, em que foram envolvidos cidadãos da Bielorrússia e dos Estados Unidos". Exilada na Lituânia, Tikhanovskaia referiu ainda ser necessário "evitar tomar decisões e chegar a conclusões precipitadas que possam prejudicar os interesses nacionais, a soberania e a independência da Bielorrússia", citada pela sua assessoria de imprensa.
Alexander Lukashenko, que lidera o país desde 1994, tem sido alvo de fortes críticas e manifestações desde a sua reeleição em agosto do ano passado, que muitos no país – e em várias outras nações – consideraram fraudulentas.
As ruas de Minsk e de outras cidades bielorrussas encheram-se de manifestantes que se mostravam descontentes com a reeleição de Lukashenko, e que contestavam a sua veracidade. Os número foram, no entanto, diminuindo, fruto da forte repressão que se fez sentir por parte das autoridades que, mesmo depois de sanções e apelos dos Estados Unidos e da União Europeia, não pareceram ceder de qualquer forma.