Falei há dias sobre o crescente interesse de Espanha em Angola – e a forma como Angola (sua elite política, de forma transversal, quer da linha de Eduardo/Isabel dos Santos, quer da linha do atual Presidente João Lourenço) encara Espanha como uma oportunidade dourada para diminuir a sua dependência face Portugal no que concerne à ponte com a Europa (económica e política). A França tem feito um esforço intenso no sentido de estreitar relações com Angola – contudo, será Espanha quem irá ser o país europeu determinante naquela tão relevante nação da Lusofonia nos próximos tempos.
Já aqui mencionei o caso da INDRA e sua colaboração com a SONANGOL – o convénio será firmado depois do Verão e terá como objeto, essencialmente, a exploração offshore e a garantia de segurança marítima, em termos que ainda não posso revelar em toda a sua extensão. Hoje posso, todavia, avançar que o Primeiro-Ministro espanhol Pedro Sanchez e o Presidente João Lourenço almoçaram recentemente, tendo sido combinado que Espanha passará a ser o parceiro privilegiado de Angola na Europa.
A estratégia de Espanha é claríssima: nos mentideros da política diplomática espanhola, esta é crismada como a estratégia do “triângulo Espanha/África”. Angola desempenha, destarte, uma posição essencial para a concretização deste projeto como um dos vértices africanos da política externa espanhola: os outros dois vértices são Marrocos e Senegal. E de continente importante, mas não essencial- África passa a ser a prioridade da política externa espanhola, sempre em ligação com a América Latina.
Para além da mencionada INDRA, um outro negócio será anunciado em breve com um impacto sísmico na relação Angola com a Europa: as ligações aéreas entre Angola e a Europa passarão a ser asseguradas (em termos prioritários) pela espanhola IBERIA.
A IBERIA, por sua vez, entrará no capital da transportadora aérea angolana TAAG, o que permitirá à Administração do Presidente João Lourenço dar nova dinâmica comercial e estratégica à histórica companhia aérea angolana. Um novo reforço dos voos diários entre Luanda e Madrid vai ser concretizado muito em breve, assim que a normalidade volte a ser…normal. Desta forma, concretizar-se-á o plano (com uma longa história na diplomacia espanhola) de converter Madrid na capital europeia preferencial de ligação com Angola. Madrid será a porta de entrada de Angola – e dos superiores interesses de Angola – na Europa, substituindo Lisboa.
Finalmente, como último apontamento por hoje, acrescento que é uma enorme honra anunciar que o INISEG (Instituto Internacional de Estudos para a Segurança Global) celebrou um acordo estratégico de cooperação com o Instituto Atlântida de Angola. INISEG colocará o seu know how ao serviço do desenvolvimento mais próspero, mais seguro e mais justo do nosso querido país irmão, contribuindo, na medida das nossas possibilidades, para prosseguir o trabalho muito positivo encetado pelo Presidente Eduardo dos Santos e agora desenvolvido pelo Presidente João Lourenço. Angola não pode perder a(s) oportunidade(s) do futuro – apenas por desejos de vingança com o passado. O povo angolano sabe que agora é tempo de olhar para a frente, construindo o futuro – e não de ficar amarrado ao passado, destruindo o lugar que a História reserva para Angola para reconstruir um passado à imagem de alguns para os livros de História. Mais importante do que escrever a História – é viver a História. É isso (estamos seguros!) que o povo angolano fará.
O mérito pela concretização desta colaboração que agora se inicia entre o INISEG e o Instituto Atlântida é (todo) dos Professores David Caixal i Mata e Manuel Folgado e o Professor Barros (da Atlântida). Que o trabalho comece!
E Portugal? Bem, não vou tecer comentários. Apenas referir que o Ministro Santos Silva deve refletir – e designadamente, fazer um exercício introspectivo de como tem tratado o SIED…
P.S – Nos últimos meses, semanas e dias, a inteligência portuguesa – mostrando a eficiência e o brilhantismo com que trabalham – tem pedido colaboração, em matéria de segurança e combate anti-terrorista, em vários pontos do globo, à intell de Israel e dos EUA. É um reconhecimento de que os patriotas que trabalham em nome da Pátria, em nome da liberdade e da segurança no SIED sabem que têm em Israel e nos EUA os seus principais aliados, para além de todas as historietas políticas e dos (pseudo)jornalistas. São eles que defendem os seus povos, que a(o) defendem a si. São eles que arriscam a sua vida por nós. São eles que merecem o nosso respeito. É a eles que o povo português deve ouvir com atenção e seguir o seu exemplo. Como dizia um dos nossos amigos do SIED, é preciso ter cuidado – não vá alguém dizer que o mundo do SIED gira em torno de Israel e dos EUA…