Pedro Nuno Santos quer Estado a financiar dívida histórica da CP

Ministro culpa ausência de pagamentos do Estado até 2019 pela situação da empresa.

O ministro Pedro Nuno Santos aproveitou a sessão de lançamento do Plano Ferroviário Nacional para explicar que terá de ser o Estado a financiar a dívida histórica da CP – Comboios de Portugal, uma vez que, no passado, não pagou nada pelo serviço público que obrigava a empresa a prestar. “Assim não há milagres”, disse, acrescentando que “na CP, a esmagadora maioria das operações que são deficitárias, são importantes para o país, mas o Estado português não pagava”. “Assim é fácil a CP acumular dívida e é para muitos fácil dizer que o operador público era mal gerido. Não, o Estado é que não fazia a sua parte como faz com operadores privados, com quem assina contratos de concessão bem definidos”, sublinhou.

Pedro Nuno Santos explica que “é por isso que o contrato de serviço público com a CP é tão importante”, afirmando que o Estado tem de “sanear a dívida da CP, uma mochila que a CP carrega porque o Estado no passado não pagava, mas impunha que a CP prestasse o serviço” – recorde-se que o primeiro contrato de serviço público entre Estado e CP foi assinado em novembro de 2019.

Já antes, o vice-presidente da CP, Pedro Moreira, tinha dito que a empresa “tem todas as capacidades, conhecimentos e competências técnicas e organizacionais para fazer face ao ordenamento da rede e dar resposta à emergência do plano ferroviário”, admitindo, porém, ser necessário resolver a questão da dívida.

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