Os países podem começar a aliviar “lentamente” as restrições contra a covid-19, à medida que a administração de vacinas progride na União Europeia (UE), defendeu o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC).
Para tal, a diretora do ECDC, Andrea Ammon, explicou, esta quarta-feira, que “é encorajador ter recomendações baseadas em provas de que a imunização pode, lentamente, permitir o relaxamento” das medidas restritivas, como o uso de máscara e o distanciamento físico.
Esta afirmação chega no dia em que o ECDC divulgou um relatório com as recomendações sobre as implicações da vacinação nas medidas de restrição adotadas para conter a propagação do vírus.
"Embora o relaxamento das medidas de proteção deva ser feito gradualmente e com base em avaliações cuidadosas dos riscos envolvidos", a agência europeia está “confiante” de que a vacinação poderá trazer um impacto positivo e imediato no regresso à vida normal.
No relatório do ECDC, o organismo referiu que a propagação viral na UE “continua atualmente elevada”, enquanto as taxas de administração de vacinas "ainda são baixas na população adulta com 18 anos ou mais, embora mais altas em grupos específicos da população visada nas fases iniciais da vacinação, tais como pessoas com 80 anos ou mais e trabalhadores da saúde".
Assim, "a redução global dos riscos de doença grave de covid-19 depende da absorção da vacina e da cobertura vacinal na população em geral", observou o ECDC.
O ECDC também recomendou, no documento, “situações específicas” para o levantamento das medidas como as máscaras e o distanciamento social, precisamente "quando indivíduos totalmente vacinados encontram outros indivíduos totalmente vacinados" ou quando "um indivíduo não vacinado ou indivíduos não vacinados da mesma família ou bolha social se encontram com indivíduos totalmente vacinados".
O centro europeu ainda considerou que os requisitos para os testes e a quarentena de viajantes e a testagem repetitiva nos locais de trabalho "podem ser dispensados ou modificados para indivíduos totalmente vacinados, desde que não haja circulação ou [perante] um nível muito baixo de variantes".
Perante o atual contexto pandémico na UE, ainda assim, o ECDC avisou que “em espaços públicos e em grandes concentrações, incluindo durante viagens, as intervenções não-farmacêuticas [restrições] devem ser mantidas independentemente do estado de vacinação dos indivíduos".
Tendo como exemplo o Reino Unido e Israel, países com grande parte da população vacinada, a agência europeia insistiu na "aplicação rápida e eficaz de vacinas" nos Estados-membros da UE, visto que a inoculação é "essencial para reduzir o número de indivíduos suscetíveis, hospitalizações, mortes e a circulação viral da covid-19 na comunidade".