A TAP fechou 2020 com um prejuízo de 1230,3 milhões de euros – um resultado negativo mais de 12 vezes superior aos prejuízos de 95,6 milhões registados em 2019.
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a empresa justifica os resultados com pandemia. “Tal como em todo o setor da aviação a operação e resultados de 2020 foram severamente impactados pela quebra de atividade em resultado da pandemia de covid-19, apesar da rápida e eficiente reação da TAP”, lê-se na nota.
De acordo com os dados da companhia, o número de passageiros transportados caiu 72,7%, as receitas de passagens caíram 70,9% e o índice de ocupação ficou nos 64,6% (80,1% em 2019).
Os rendimentos operacionais totais no ano passado atingiram 1060,2 milhões de euros, um decréscimo de 2238,6 milhões de euros (-67,9%) face aos rendimentos operacionais de 2019", o que se explica com o "decréscimo dos rendimentos de passagens em 2065 milhões de euros (-70,9%) e da atividade de manutenção para terceiros que registou um decréscimo de 143,4 milhões de euros (-67,9%)".
Por sua vez, a secção de carga da TAP (Air Cargo) "registou um decréscimo de 11,7 milhões de euros" face a 2019, uma descida de 8,5%, atingindo os 125,7 milhões de euros de receitas.
Feitas as contas, o resultado operacional (EBIT) registou “uma diminuição de 1011,9 milhões" para -964,8 milhões de euros em 2020, e se ajustado a itens não recorrentes e custos de reestruturação seria de -858,4 milhões de euros, correspondendo a um EBITDA (com depreciações e amortizações) de -273,7 milhões de euros".
Em relação a gastos operacionais totais, regista-se que os mesmos "ascenderam a 2024,9 milhões de euros no ano de 2020, um decréscimo de 1226,6 milhões de euros (-37,7%) face ao período homólogo do ano anterior", devido ao decréscimo da operação (-529,2 milhões de euros em combustível e -456,6 em tráfego), redução dos custos com pessoal (-258,9 milhões de euros) e negociações com fornecedores e empresas de alocação ('leasing'). Os custos são também impactados por imparidades (44,1 milhões de euros), reestruturação (96,1 milhões de euros), e ainda pelo aumento dos juros e gastos similares em 60,4 milhões de euros, "que ficou a dever-se em grande parte ao aumento da componente de juros associada aos leasings operacionais (passivos de locação sem opção de compra) e leasings financeiros (passivos de locação com opção de compra)".