Portugal poderá atingir a imunidade de grupo “mais no início do que no final do verão”, afirmou, esta segunda-feira, o secretário de Estado da Saúde, Diogo Serras Lopes. O objetivo será atingido se se mantiver o ritmo de vacinação e de chegada de vacinas ao país.
"Eu costumo dizer a frase 'vacina chegada é vacina dada' e continuamos a fazer isso. Se as previsões se concretizarem, naquilo que são as vacinas, então, durante o verão, mais para o início do que para o final, chegaremos aos 70% da população adulta vacinada", disse o governante, presente na inauguração do centro de vacinação de Portugal.
Apesar de o Governo “não gostar de dar metas muito específicas, dado que já houve surpresas com más notícias sobre a entrega de vacinas”, a estimativa é que 70% da população esteja imune no verão.
A vacinação vai ser reforçada nos concelhos que tiveram de recuar para a primeira a fase de desconfinamento devido à incidência de novos casos.
"Uma das coisas que foi feita é que os concelhos que tiveram de recuar na fase de desconfinamento sejam privilegiados em termos de vacinação e possam ter uma percentagem maior de vacinas alocadas. Haverá uma lógica, não só de escalões etários, mas também onde há mais casos, e Portimão é um desses casos", disse.
Em entrevista ao Nascer do Sol, Pedro Simas, virologista e investigador do Instituto de Medicina Molecular de Lisboa, já tinha adiantado projeções positivas e que seria possível pensar num verão mais próximo do normal, devido ao avanço da vacinação e das pessoas que estão imunes por já terem contraído a doença.
"Neste momento temos 35% a 40% de proteção populacional, entre quem já esteve exposta ao vírus e quem já tem pelo menos uma primeira dose da vacina. Penso que já se vai sentir uma grande diferença no final de maio se conseguirmos vacinar todas as pessoas com mais de 60 anos. Se conseguirmos vacinar mais 2 milhões de portugueses, já ficamos com 40% de imunidade vacinal, mais a imunidade natural já será o suficiente para termos imunidade populacional no sentido de haver uma barreira a grandes cadeias de transmissão do vírus", afirmou.
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