Um motorista australiano, que filmou o atropelamento mortal de quatro policias por um camião, foi condenado a dez meses de prisão, visto que já estava detido há algum tempo.
Richard Pusey, de 42 anos, declarou-se culpado pelos comentários que fez durante o vídeo do acidente, gravado com o seu telemóvel.
Este crime raramente foi levado a tribunal no estado de Victoria. A primeira vez aconteceu em 1963.
Pusey também se declarou culpado por crimes de excesso de velocidade e posse de drogas, ao mostrar-se sob efeito de drogas no momento em que foi interrogado pelas autoridades.
O homem de 42 anos estava acusado de conduta negligente, da qual poderia receber uma pena máxima de cinco anos de prisão. Contudo, o juiz entendeu condená-lo apenas a dez meses de prisão, contando a partir do dia em que ficou detido durante 296 dias. Mesmo com a pena quase completa, é possível que o Richard Pusey permaneça sob custódia policial devido a outras acusações.
Tudo aconteceu em abril de 2020. Pusey foi parado pela policia australiana por estar a conduzir um Porsche a quase 150 km/h na autoestrada, sendo o limite máximo de 100 km/h. Os agentes estavam a ponderar rebocar o carro quando um camião chocou com os agentes, o carro e dois carros-patrulha que estavam estacionados na faixa de paragem de emergência.
O homem de 42 anos salvou-se porque ausentou-se para urinar nos arbustos, perto do local. Mas, ao invés de ajudar os agentes feridos, Pusey gravou o momento. Durante a filmagem, o homem disse comentários ofensivos e menos apropriados, como “absolutamente espetacular” ou “lindo”.
No momento em que o outro condutor se aproximou do local do acidente para ajudar os agentes, Richard não parou de gravar e ainda comentou: “Estão mortos”.
"A sua conduta foi insensível, cruel e vergonhosa", disse o juiz, Trevor Wraight, que, no mês passado, apontou Pusey como "o homem provavelmente mais odiado da Austrália".
Já o condutor do camião que colidiu com os quatro agentes foi condenado a 22 anos de prisão. O motorista, Mohinder Singh, considerou-se culpado de quatro crimes: um de condução negligente e três por tráfico de drogas. Na altura do acidente, Singh estava sob o efeito de drogas.