O empresário Carlos Santos Silva considera que o despacho do juiz Ivo Rosa que ordena o seu julgamento na Operação Marquês “representa um puzzle em que as peças nem sequer encaixam umas nas outras”, e pede a nulidade, assim como José Sócrates també, já o tinha feito.
“A pronúncia de Carlos Santos Silva, através do aproveitamento de partes ou mesmo frações dos factos da acusação a que se adicionaram outros tantos, com alguma tentativa de unir através de ilações ou conclusões jurídicas, representa um puzzle em que as peças nem sequer encaixam umas nas outras”, lê-se no requerimento de pedido de nulidade da advogada Paula Lourenço, transcrito pela agência Lusa.
Recorde-se que o juiz Ivo Rosa, na sua decisão instrutória, pronunciou Carlos Santos Silva por seis crimes, três de branqueamento e outros três de falsificação de documento, considerando ainda que o empresário foi o corruptor ativo do antigo primeiro-ministro José Sócrates, crime que, no entanto, na opinião do magistrado prescreveu.
A defesa do empresário pede agora a nulidade da decisão de Ivo Rosa, alegando, no requerimento de 21 páginas, a “invalidade da pronuncia, quer por nulidade dependente de arguição quer por nulidade insanável”.
A advogada Paula Lourenço defende que a pronúncia de Carlos Santos Silva deve ser considerada nula, pois o crime de branqueamento que lhe é imputado exige um de corrupção precedente que foi considerado prescrito.