A redução de 10 e 15% do valor financiado às federações desportivas do país, partindo dos cofres do IPDJ, levantou polémica dentro do Comité Olímpico de Portugal (COP), que recorreu aos canais oficiais para emitir um comunicado, lamentando que as reduções se devem, defendem, "à dependência financeira da administração pública desportiva das receitas dos jogos sociais".
"Nessa ocasião, perante a quebra de receitas dos jogos sociais, foram dadas garantias que seria salvaguardado o apoio às federações desportivas nacionais através de outras fontes de financiamento", defendeu o COP, lamentando ainda que devido à "crise que assola sem precedentes o desporto nacional", a realidade acabou por ser muito diferente para as federações desportivas nacionais, que ficaram fora do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), e sofreram também com a falta de inclusão das "propostas fiscais apresentada pelo grupo de trabalho Desporto e Fiscalidade criado no âmbito da Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto" durante as discussões do Orçamento do Estado para 2021.
"O mesmo Orçamento do Estado para 2021 contempla a possibilidade da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa proceder à aprovação de um jogo autónomo de Lotaria Instantânea denominado 'Do Património Cultural', no qual os resultados líquidos de exploração serão integralmente atribuídos ao Fundo de Salvaguarda do Património Cultural (FSPC), destinando-se a despesas com intervenções de salvaguarda e valorização do património cultural", pode-se ainda ler no comunicado, onde o COP realça "um claro tratamento discriminatório, a desconsideração de sucessivos alertas e propostas concretas para evitar o cenário que agora se concretiza de, num dos momentos mais difíceis da sua história, as organizações desportivas nacionais se depararem objetivamente com um corte no seu financiamento público, quando, mais do que nunca, se impunha o inverso".
"O COP não pode deixar de concluir que o desporto, pese embora as conquistas e resultados de excelência alcançados durante esta pandemia, está entregue à sua sorte, não merecendo a atenção de decisores políticos para dele cuidarem politicamente", conclui ainda o órgão máximo responsável pela organização da participação portuguesa nos Jogos Olímpicos.